Ledo Engano
Blog com alguns pensamentos e sentimentos em esboço de palavras, pois sabemos que àqueles que são verdadeiros, ainda não existem palavras para descrevê-los...
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Relato Sobre a Saúde Pública/Particular:
(Por Eduardo Toledo)
Após perceber que ainda estava sentindo um mal-estar nesta última 2ª feira (dia 21/08/2012), onde "coloquei pra fora" um lanche que havia ingerido na faculdade duas horas antes, decidi procurar um médico para solucionar essa sensibilidade que ainda ocupa o meu estômago que estendeu-se até hoje (23/08/2012).
Eu não tenho mais convênio médico, portanto, fui ao Hospital Público mais próximo para ser atendido.
Imaginei que acabaria esperando muito mais do que as 1h30min habituais do "convênio" particular que tinha antes.
Para minha surpresa, com 40 minutos, eu já estava com o diagnóstico de uma possível gastrite, uma receita médica, um encaminhamento para efetuar uma Endoscopia e uma solicitação para tomar Buscopan e outro medicamento Intra-venal.
Fui chamado para tomar a injeção e todas as cadeiras de espera estavam com pacientes com aqueles apoios de braço para aplicar injeção e outros não.
Tive que esperar um pouco, pois não havia suporte para eu utilizar.
Ao meu lado, estavam estagiários de enfermagem "peneirando" o braço de um senhor robusto, que reclamava das picadas e da falta de habilidade dos funcionários ao procurar a veia desse senhor.
Olhei para a estagiária que iria aplicar a injeção em mim e percebi seu olhar de desdém para os dois colegas atrapalhados.
Tive mais sorte que o senhor ao meu lado. A menina acertou minha veia e tomei a tal medicação.
Depois de eu tomar a injeção no braço, voltei para aguardar o médico que me atendeu para pegar o atestado. Em um dos quartos do hospital, subiu um cheiro forte de alguém que aparentava ter tido incontingência digestiva (também conhecida como caganeira) e permaneceu com aquele cheiro durante uns 10 minutos - tempo para que eu saísse daquele ambiente para não regurgitar meu café da manhã...
Notei que alguns médicos são prestativos e preocupados, mas o resto dos funcionários são, ou despreocupados ou inexperientes para lidar com a saúde pública.
Sem atestado e informações sobre a localização da tal UBS, passei em alguns hospitais para encontrar algum serviço particular e, sem sucesso, acabei indo na UBS próxima de minha casa.
Descobri que, por ser 12:10, eu teria que voltar lá após as 13h, pois eu precisaria fazer o cartão do SUS e a menina que o faz estava em seu horário de almoço.
Perguntei da estimativa de atendimento para efetuar tal exame e avisaram-me que a espera "vareia" de 4 a 5 meses...
Decidi pagar um exame particular, que descobri que o preço varia de R$ 230,00 à R$ 1.440,00...
Conclusão: Vou desembolsar R$ 230,00 para trocar esse exame, de 4 meses no SUS para 1 semana e meia no particular. Pagarei o equivalente à 2 meses de convênio, sendo que, se fosse no meu antigo, eu demoraria 3 meses para ser atendido. As coisas ficam como se eu pagasse cerca de R$ 345,00 pelo mesmo exame, só que com convênio. Confuso, não?!
Sei que poucos vão ler isso. E os que lerem, tenho certeza que são pessoas preocupadas com a minha saúde e/ou a saúde do nosso país.
Tanto a Saúde dos hospitais públicos quanto aos particulares estão se equiparando, e pra pior!
Dia 7 (e talvez, dia 28) de Outubro, pense bem em quem vão votar, pois ficar essa mesma merda de governo - tanto para Santo André - quanto para o Brasil, NÃO PRESTA.
Obrigado pela atenção.
Eduardo Toledo
segunda-feira, 14 de maio de 2012
O Crime do Professor de Matemática
Simplesmente tocante. Essa história, que está no livro "Laços de Família", comprova mais uma vez o porquê de eu gostar tanto do que essa mulher escreveu. Esse texto fala sobre a fidelidade cega de um cachorro e seu dono, o qual não o lhe quer mais. Um texto que vai além. Invista 30 minutos do seu dia e leia esse texto.Simplesmente...Clarice.
"Quando o homem atingiu a colina mais alto, os sinos tocavam na cidade embaixo. Viam-se apenas os tetos irregulares das casas. Perto dele estava a única árvore da chapada. O homem estava de pé com um saco pesado na mão.
Olhou para baixo com olhos míopes. Os católicos entravam devagar e miúdos na igreja, e ele procurava ouvir as vozes esparsas das crianças espalhadas na praça. Mas apesar da limpidez da manhã os sons mal alcançavam o planalto. Via também o rio que de cima parecia imóvel, e pensou: é domingo. Viu ao longe a montanha mais alta com as escarpas secas. Não fazia frio mas ele ajeitou o paletó agasalhando-se melhor. Afinal pousou com cuidado o saco no chão. Tirou os óculos talvez para respirar melhor porque, com os óculos na mão, respirou muito fundo. A claridade batia nas lentes que enviaram sinais agudos. Sem os óculos, seus olhos piscaram claros, quase jovens, infamiliares. Pôs de novo os óculos, tornou-se um senhor de meia-idade e pegou de novo no saco: pesava como se fosse de pedra, pensou. Forçou a vista para perceber a correnteza do rio, inclinou a cabeça para ouvir algum ruído: o rio estava parado e apenas o som mais duro de uma voz atingiu por um instante a altura - sim, ele estava bem só. O ar fresco era inóspito, ele que morara numa cidade mais quente. A única árvore da chapada balançava os ramos. Ele olhou-a. Ganhava tempo. Até que achou que não havia porque esperar mais.
E no entanto aguardava. Certamente os óculos o incomodavam porque de novo os tirou, respirou fundo e guardou-os no bolso.
Abriu então o saco, espiou um pouco. Depois meteu dentro a mão magra e foi puxando o cachorro morto. Todo ele se concentrava apenas na mão importante e ele mantinha os olhos profundamente fechados enquanto puxava. Quando os abriu, o ar estava ainda mais claro e os sinos alegre tocaram novamente chamando os fiéis para o consolo da punição.
O cachorro desconhecido estava à luz.
Então ele se pôs metodicamente a trabalhar. Pegou no cachorro duro e negro, depositou-o numa baixa do terreno. Mas, como se já tivesse feito muito, pôs os óculos, sentou-se ao lado do cão e começou a observar a paisagem.
Viu muito claramente, e com certa inutilidade, a chapada deserta. Mas observou com precisão que estando sentado já não enxergava a cidadezinha embaixo. Respirou de novo. Remexeu no saco e tirou a pá. E pensou no lugar que escolheria. Talvez embaixo da árvore. Surpreendeu-se refletindo que embaixo da árvore enterraria este cão. Mas se fosse o outro, o verdadeiro cão, enterrá-lo-ia na verdade onde ele próprio gostaria de ser sepultado se estivesse morto: no centro mesmo da chapada, a encarar de olhos vazios o sol. Então, já que o cão desconhecido substituía o "outro", quis que ele, para maior perfeição do ato, recebesse precisamente o que o outro receberia. Não havia nenhuma confusão na cabeça do homem. Ele se entendia a si próprio com frieza, sem nenhum fio solto.
Em breve, por excesso de escrúpulo, estava ocupado demais em procurar determinar rigorosamente o meio da chapada. Não era fácil porque a única árvore se erguia num lado e, tendo-se como falso centro, dividia assimetricamente o planalto. Diante da dificuldade o homem concedeu: "não era necessário enterrar no centro, eu também enterraria o outro, digamos, bem onde eu estivesse neste mesmo momento em pé". Porque se tratava de dar ao acontecimento a fatalidade do acaso, a marca de uma ocorrência exterior e evidente - no mesmo plano das crianças na praça e dos católicos entrando na igreja - tratava-se de tornar o faro ao máximo visível à superfície do mundo sob o céu. Tratava-se de expor um fato, e de não lhe permitir a forma íntima e inpune de um pensamento.
À idéia de enterrar o cão onde estivesse nesse mesmo momento em pé - o homem recuou com uma agilidade que seu corpo pequeno e singularmente pesado não permitia. Porque lhe pareceu que sob os pés se desenhara o esboço da cova do cão.
Então ele começou a cavar ali mesmo com pá rítmica. Às vezes se interrompia para tirar e de novo botar os óculos. Suava penosamente. Não cavou muito mas não porque quisesse poupar seu cansaço. Não cavou muito porque pensou lúcido: "se fosse para o verdadeiro cão, eu cavaria pouco, enterrá-lo-ia bem à tona". Ele achava que o cão à superfície da terra não perderia a sensibilidade.
Afinal largou a pá, pegou com delicadeza o cachorro desconhecido e pousou-o na cova.
Que cara estranha o cão tinha. Quando com um choque descobrira o cão morto numa esquina, a idéia de enterrá-lo tornara seu coração tão pesado e surpreendido, que ele nem sequer tivera olhos para aquele focinho duro e de baba seca. Era um cão estranho e objetivo.
O cão era um pouco mais alto que o buraco cavado e depois de coberto com terra seria uma excrescência apenas sensível do planalto. Era assim precisamente que ele queria. Cobriu o cão com terra e aplainou-a com as mãos, sentindo com atenção e prazer sua forma nas palmas como se o alisasse várias vezes. O cão agora era apenas uma aparência do terreno.
Então o homem se levantou, sacudiu a terra das mãos, e não olhou nenhuma vez mais a cova. Pensou com certo gosto: acho que fiz tudo. Deu um suspiro fundo, e um sorriso inocente de libertação. Sim, fizera tudo. Seu crime fora punido e ele estava livre.
E agora ele podia pensar livremente no verdadeiro cão. Pôs-se então imediatamente a pensar no verdadeiro cão, o que ele evitara até agora. O verdadeiro cão que agora mesmo devia vagar perplexo pelas ruas do outro município, farejando aquela cidade onde ele não tinha mais dono.
Pôs-se então a pensar com dificuldade no verdadeiro cão como se tentasse pensar com dificuldade na sua verdadeira vida. O fato do cachorro estar distante na outra cidade dificultava a tarefa, embora a saudade o aproximasse da lembrança.
"Enquanto eu te fazia à minha imagem, tu me fazias à tua", pensou então com auxílio da saudade. "Dei-te o nome de José para te dar um nome que te servisse ao mesmo tempo de alma. E tu - como saber jamais que nome me deste? Quanto me amaste mais do que te amei", refletiu curioso.
"Nós nos compreendíamos demais, tu com o nome humano que te dei, eu com o nome que me deste e que nunca pronunciaste senão com o olhar insistente", pensou o homem sorrindo com carinho, livre agora de se lembrar à vontade.
"Lembro-me de ti quando eras pequeno", pensou divertido, "tão pequeno, bonitinho e fraco, abanando o rabo, me olhando, e eu surpreendendo em ti uma nova forma de ter minha alma. Mas desde então, já começavas a ser todos os dias um cachorro que se podia abandonar. Enquanto isso, nossas brincadeiras tornavam-se perigosas de tanta compreensão", lembrou-se o homem satisfeito, "tu terminava me mordendo e rosnando, eu terminava jogando um livro sobre ti e rindo. Mas quem sabe o que já significava aquele meu riso sem vontade. Eras todos os dias um cão que se podia abandonar."
"E como cheiravas as ruas!", pensou o homem rindo um pouco, "na verdade não deixaste pedra por cheirar... Este era o teu lado infantil. Ou era o teu verdadeiro cumprimento de ser cão? e o resto apenas brincadeira de ser meu? Porque eras irredutível. E, abanando tranqüilo o rabo, parecias rejeitar em silêncio o nome que eu te dera. Ah, sim, eras irredutível: eu não queria que comesses carne para que não ficasses feroz, mas pulaste um dia sobre a mesa e, com uma ferocidade que não vem do que se come, me olhaste mudo e irredutível com a carne na boca. Porque, embora meu, nunca me cedeste nem um pouco de teu passado e de tua natureza. E, inquieto, eu começava a compreender que não exigias de mim que eu cedesse nada da minha para te amar, e isso começava a me importunar. Era no ponto de realidade resistente das duas naturezas que esperavas que nos entendêssemos: Minha ferocidade e a tua não deveriam se trocar por doçura: era isso o que pouco a pouco me ensinavas, e era isto também que estava se tornando pesado. Não me pedindo nada, me pedias demais. De ti mesmo, exigias que fosses um cão. De mim, exigias que eu fosse um homem. E eu, eu disfarçava como podia. Às vezes, sentado sobre as patas diante de mim, como me espiavas! Eu então olhava o teto, tossia, dissimulava, olhava as unhas. Mas nada te comovia: tu me espiavas. A quem irias contar? Finge - dizia-me eu -, finge depressa que és outro, dá a falsa entrevista, faz-lhe um afago, joga-lhe um osso - mas nada te distraía: tu me espiavas. Tolo que eu era. Eu fremia de horror, quando eras tu o inocente: que eu me virasse e de repente te mostrasse meu rosto verdadeiro, e eriçado, atingido, erguer-te-ias até a porta ferido para sempre. Oh, eras todos os dias um cão que se podia abandonar. Podia-se escolher. Mas tu, confiante, abanavas o rabo."
"Às vezes, tocado pela tua acuidade, eu conseguia ver em ti a tua própria angústia. Não a angústia de ser cão que era a tua única forma possível. Mas a angústia de existir de um modo tão perfeito que se tornava uma alegria insuportável: davas então um pulo e vinhas lamber meu rosto com amor inteiramente dado e certo perigo de ódio como se fosse eu quem, pela amizade, te houvesse revelado. Agora estou bem certo de que não fui eu quem teve um cão. Foste tu que tiveste uma pessoa."
"Mas possuíste uma pessoa tão poderosa que podia escolher: e então te abandonou. Com alívio abandonou-te. Com alívio sim, pois exigias - com a incompreensão serena e simples de quem é um cão heróico - que eu fosse um homem. Abandonou-te com uma desculpa que todos em casa aprovaram: porque como poderia eu fazer uma viagem de mudança com bagagem e família, e ainda mais um cão, com a adaptação ao novo colégio e à nova cidade, e ainda mais um cão? 'Que não cabe em parte alguma', disse Marta prática. 'Que incomodará os passageiros', explicou minha sogra sem saber que previamente me justificava, e as crianças choraram, e eu não olhava nem para elas nem para ti, José. Mas só tu e eu sabemos que te abandonei porque eras a possibilidade constante de eu pecar o que, no disfarçado de meus olhos, já era pecado. Então pequei logo para ser logo culpado. E este crime subtitui o crime maior que eu não teria coragem de cometer", pensou o homem cada vez mais lúcido.
"Há tantas formas de ser culpado e de perder-se para sempre e de se trair e de não se enfrentar. Eu escolhi a de ferir um cão", pensou o homem. "Porque eu sabia que esse seria um crime menor e que ninguém vai para o Inferno por abandonar um cão que confiou num homem. Porque eu sabia que esse crime não era punível."
Sentado na chapada, sua cabeça matemática estava fria e inteligente. Só agora ele parecia compreender, em toda sua gélida plenitude, que fizera com o cão algo realmente impune e para sempre. Pois ainda não haviam inventado castigo para os grandes crimes disfarçados e para as profundas traições.
Um homem ainda conseguia ser mais esperto que o Juízo Final. Este crime ninguém lhe condenava. Nem a Igreja. "Todos são meu cúmplices, José." Eu teria que bater de porta e porta e mendigar que me acusassem e me punissem: todos me bateriam a porta com uma cara de repente endurecida. Este crime ninguém me condena. Nem tu, José, me condenarias. Pois bastaria, esta pessoa poderosa que sou, escolher de te chamar - e, do teu abandono nas ruas, num pulo me lamberias a face com alegria e perdão. Eu te daria a outra face a beijar."
O homem tirou os óculos, respirou, botou-os de novo.
Olhou a cova coberta. Onde ele enterrara um cão desconhecido em tributo ao cão abandonado, procurando enfim pagar a dívida que inquietantemente ninguém lhe cobrava. Procurando punir-se com um ato de bondade e ficar livre de seu crime. Como alguém dá uma esmola para enfim poder comer o bolo por causa do qual o outro não comeu o pão.
Mas como se José, o cão abandonado, exigisse dele muito mais que a mentira: como se exigisse que ele, num último arranco, fosse um homem - e como homem assumisse o seu crime - ele olhava a cova onde enterrara a sua fraqueza e a sua condição.
E agora, mais matemático ainda, procurava um meio de não se ter punido. Ele não devia ser consolado. Procurava friamente um modo de destruir o falso enterro do cão desconhecido. Abaixou-se então, e, solene, calmo, com movimentos simples - desenterrou o cão. O cão escuro apareceu afinal inteiro, infamiliar com a terra nos cílios, os olhos abertos e cristalizados. E assim o professor de matemática renovara o seu crime para sempre. O homem então olhou para os lados e para o céu pedindo testemunha para o que fizera. E como se não bastasse ainda, começou a descer as escarpas em direção ao seio de sua família."
"Quando o homem atingiu a colina mais alto, os sinos tocavam na cidade embaixo. Viam-se apenas os tetos irregulares das casas. Perto dele estava a única árvore da chapada. O homem estava de pé com um saco pesado na mão.
Olhou para baixo com olhos míopes. Os católicos entravam devagar e miúdos na igreja, e ele procurava ouvir as vozes esparsas das crianças espalhadas na praça. Mas apesar da limpidez da manhã os sons mal alcançavam o planalto. Via também o rio que de cima parecia imóvel, e pensou: é domingo. Viu ao longe a montanha mais alta com as escarpas secas. Não fazia frio mas ele ajeitou o paletó agasalhando-se melhor. Afinal pousou com cuidado o saco no chão. Tirou os óculos talvez para respirar melhor porque, com os óculos na mão, respirou muito fundo. A claridade batia nas lentes que enviaram sinais agudos. Sem os óculos, seus olhos piscaram claros, quase jovens, infamiliares. Pôs de novo os óculos, tornou-se um senhor de meia-idade e pegou de novo no saco: pesava como se fosse de pedra, pensou. Forçou a vista para perceber a correnteza do rio, inclinou a cabeça para ouvir algum ruído: o rio estava parado e apenas o som mais duro de uma voz atingiu por um instante a altura - sim, ele estava bem só. O ar fresco era inóspito, ele que morara numa cidade mais quente. A única árvore da chapada balançava os ramos. Ele olhou-a. Ganhava tempo. Até que achou que não havia porque esperar mais.
E no entanto aguardava. Certamente os óculos o incomodavam porque de novo os tirou, respirou fundo e guardou-os no bolso.
Abriu então o saco, espiou um pouco. Depois meteu dentro a mão magra e foi puxando o cachorro morto. Todo ele se concentrava apenas na mão importante e ele mantinha os olhos profundamente fechados enquanto puxava. Quando os abriu, o ar estava ainda mais claro e os sinos alegre tocaram novamente chamando os fiéis para o consolo da punição.
O cachorro desconhecido estava à luz.
Então ele se pôs metodicamente a trabalhar. Pegou no cachorro duro e negro, depositou-o numa baixa do terreno. Mas, como se já tivesse feito muito, pôs os óculos, sentou-se ao lado do cão e começou a observar a paisagem.
Viu muito claramente, e com certa inutilidade, a chapada deserta. Mas observou com precisão que estando sentado já não enxergava a cidadezinha embaixo. Respirou de novo. Remexeu no saco e tirou a pá. E pensou no lugar que escolheria. Talvez embaixo da árvore. Surpreendeu-se refletindo que embaixo da árvore enterraria este cão. Mas se fosse o outro, o verdadeiro cão, enterrá-lo-ia na verdade onde ele próprio gostaria de ser sepultado se estivesse morto: no centro mesmo da chapada, a encarar de olhos vazios o sol. Então, já que o cão desconhecido substituía o "outro", quis que ele, para maior perfeição do ato, recebesse precisamente o que o outro receberia. Não havia nenhuma confusão na cabeça do homem. Ele se entendia a si próprio com frieza, sem nenhum fio solto.
Em breve, por excesso de escrúpulo, estava ocupado demais em procurar determinar rigorosamente o meio da chapada. Não era fácil porque a única árvore se erguia num lado e, tendo-se como falso centro, dividia assimetricamente o planalto. Diante da dificuldade o homem concedeu: "não era necessário enterrar no centro, eu também enterraria o outro, digamos, bem onde eu estivesse neste mesmo momento em pé". Porque se tratava de dar ao acontecimento a fatalidade do acaso, a marca de uma ocorrência exterior e evidente - no mesmo plano das crianças na praça e dos católicos entrando na igreja - tratava-se de tornar o faro ao máximo visível à superfície do mundo sob o céu. Tratava-se de expor um fato, e de não lhe permitir a forma íntima e inpune de um pensamento.
À idéia de enterrar o cão onde estivesse nesse mesmo momento em pé - o homem recuou com uma agilidade que seu corpo pequeno e singularmente pesado não permitia. Porque lhe pareceu que sob os pés se desenhara o esboço da cova do cão.
Então ele começou a cavar ali mesmo com pá rítmica. Às vezes se interrompia para tirar e de novo botar os óculos. Suava penosamente. Não cavou muito mas não porque quisesse poupar seu cansaço. Não cavou muito porque pensou lúcido: "se fosse para o verdadeiro cão, eu cavaria pouco, enterrá-lo-ia bem à tona". Ele achava que o cão à superfície da terra não perderia a sensibilidade.
Afinal largou a pá, pegou com delicadeza o cachorro desconhecido e pousou-o na cova.
Que cara estranha o cão tinha. Quando com um choque descobrira o cão morto numa esquina, a idéia de enterrá-lo tornara seu coração tão pesado e surpreendido, que ele nem sequer tivera olhos para aquele focinho duro e de baba seca. Era um cão estranho e objetivo.
O cão era um pouco mais alto que o buraco cavado e depois de coberto com terra seria uma excrescência apenas sensível do planalto. Era assim precisamente que ele queria. Cobriu o cão com terra e aplainou-a com as mãos, sentindo com atenção e prazer sua forma nas palmas como se o alisasse várias vezes. O cão agora era apenas uma aparência do terreno.
Então o homem se levantou, sacudiu a terra das mãos, e não olhou nenhuma vez mais a cova. Pensou com certo gosto: acho que fiz tudo. Deu um suspiro fundo, e um sorriso inocente de libertação. Sim, fizera tudo. Seu crime fora punido e ele estava livre.
E agora ele podia pensar livremente no verdadeiro cão. Pôs-se então imediatamente a pensar no verdadeiro cão, o que ele evitara até agora. O verdadeiro cão que agora mesmo devia vagar perplexo pelas ruas do outro município, farejando aquela cidade onde ele não tinha mais dono.
Pôs-se então a pensar com dificuldade no verdadeiro cão como se tentasse pensar com dificuldade na sua verdadeira vida. O fato do cachorro estar distante na outra cidade dificultava a tarefa, embora a saudade o aproximasse da lembrança.
"Enquanto eu te fazia à minha imagem, tu me fazias à tua", pensou então com auxílio da saudade. "Dei-te o nome de José para te dar um nome que te servisse ao mesmo tempo de alma. E tu - como saber jamais que nome me deste? Quanto me amaste mais do que te amei", refletiu curioso.
"Nós nos compreendíamos demais, tu com o nome humano que te dei, eu com o nome que me deste e que nunca pronunciaste senão com o olhar insistente", pensou o homem sorrindo com carinho, livre agora de se lembrar à vontade.
"Lembro-me de ti quando eras pequeno", pensou divertido, "tão pequeno, bonitinho e fraco, abanando o rabo, me olhando, e eu surpreendendo em ti uma nova forma de ter minha alma. Mas desde então, já começavas a ser todos os dias um cachorro que se podia abandonar. Enquanto isso, nossas brincadeiras tornavam-se perigosas de tanta compreensão", lembrou-se o homem satisfeito, "tu terminava me mordendo e rosnando, eu terminava jogando um livro sobre ti e rindo. Mas quem sabe o que já significava aquele meu riso sem vontade. Eras todos os dias um cão que se podia abandonar."
"E como cheiravas as ruas!", pensou o homem rindo um pouco, "na verdade não deixaste pedra por cheirar... Este era o teu lado infantil. Ou era o teu verdadeiro cumprimento de ser cão? e o resto apenas brincadeira de ser meu? Porque eras irredutível. E, abanando tranqüilo o rabo, parecias rejeitar em silêncio o nome que eu te dera. Ah, sim, eras irredutível: eu não queria que comesses carne para que não ficasses feroz, mas pulaste um dia sobre a mesa e, com uma ferocidade que não vem do que se come, me olhaste mudo e irredutível com a carne na boca. Porque, embora meu, nunca me cedeste nem um pouco de teu passado e de tua natureza. E, inquieto, eu começava a compreender que não exigias de mim que eu cedesse nada da minha para te amar, e isso começava a me importunar. Era no ponto de realidade resistente das duas naturezas que esperavas que nos entendêssemos: Minha ferocidade e a tua não deveriam se trocar por doçura: era isso o que pouco a pouco me ensinavas, e era isto também que estava se tornando pesado. Não me pedindo nada, me pedias demais. De ti mesmo, exigias que fosses um cão. De mim, exigias que eu fosse um homem. E eu, eu disfarçava como podia. Às vezes, sentado sobre as patas diante de mim, como me espiavas! Eu então olhava o teto, tossia, dissimulava, olhava as unhas. Mas nada te comovia: tu me espiavas. A quem irias contar? Finge - dizia-me eu -, finge depressa que és outro, dá a falsa entrevista, faz-lhe um afago, joga-lhe um osso - mas nada te distraía: tu me espiavas. Tolo que eu era. Eu fremia de horror, quando eras tu o inocente: que eu me virasse e de repente te mostrasse meu rosto verdadeiro, e eriçado, atingido, erguer-te-ias até a porta ferido para sempre. Oh, eras todos os dias um cão que se podia abandonar. Podia-se escolher. Mas tu, confiante, abanavas o rabo."
"Às vezes, tocado pela tua acuidade, eu conseguia ver em ti a tua própria angústia. Não a angústia de ser cão que era a tua única forma possível. Mas a angústia de existir de um modo tão perfeito que se tornava uma alegria insuportável: davas então um pulo e vinhas lamber meu rosto com amor inteiramente dado e certo perigo de ódio como se fosse eu quem, pela amizade, te houvesse revelado. Agora estou bem certo de que não fui eu quem teve um cão. Foste tu que tiveste uma pessoa."
"Mas possuíste uma pessoa tão poderosa que podia escolher: e então te abandonou. Com alívio abandonou-te. Com alívio sim, pois exigias - com a incompreensão serena e simples de quem é um cão heróico - que eu fosse um homem. Abandonou-te com uma desculpa que todos em casa aprovaram: porque como poderia eu fazer uma viagem de mudança com bagagem e família, e ainda mais um cão, com a adaptação ao novo colégio e à nova cidade, e ainda mais um cão? 'Que não cabe em parte alguma', disse Marta prática. 'Que incomodará os passageiros', explicou minha sogra sem saber que previamente me justificava, e as crianças choraram, e eu não olhava nem para elas nem para ti, José. Mas só tu e eu sabemos que te abandonei porque eras a possibilidade constante de eu pecar o que, no disfarçado de meus olhos, já era pecado. Então pequei logo para ser logo culpado. E este crime subtitui o crime maior que eu não teria coragem de cometer", pensou o homem cada vez mais lúcido.
"Há tantas formas de ser culpado e de perder-se para sempre e de se trair e de não se enfrentar. Eu escolhi a de ferir um cão", pensou o homem. "Porque eu sabia que esse seria um crime menor e que ninguém vai para o Inferno por abandonar um cão que confiou num homem. Porque eu sabia que esse crime não era punível."
Sentado na chapada, sua cabeça matemática estava fria e inteligente. Só agora ele parecia compreender, em toda sua gélida plenitude, que fizera com o cão algo realmente impune e para sempre. Pois ainda não haviam inventado castigo para os grandes crimes disfarçados e para as profundas traições.
Um homem ainda conseguia ser mais esperto que o Juízo Final. Este crime ninguém lhe condenava. Nem a Igreja. "Todos são meu cúmplices, José." Eu teria que bater de porta e porta e mendigar que me acusassem e me punissem: todos me bateriam a porta com uma cara de repente endurecida. Este crime ninguém me condena. Nem tu, José, me condenarias. Pois bastaria, esta pessoa poderosa que sou, escolher de te chamar - e, do teu abandono nas ruas, num pulo me lamberias a face com alegria e perdão. Eu te daria a outra face a beijar."
O homem tirou os óculos, respirou, botou-os de novo.
Olhou a cova coberta. Onde ele enterrara um cão desconhecido em tributo ao cão abandonado, procurando enfim pagar a dívida que inquietantemente ninguém lhe cobrava. Procurando punir-se com um ato de bondade e ficar livre de seu crime. Como alguém dá uma esmola para enfim poder comer o bolo por causa do qual o outro não comeu o pão.
Mas como se José, o cão abandonado, exigisse dele muito mais que a mentira: como se exigisse que ele, num último arranco, fosse um homem - e como homem assumisse o seu crime - ele olhava a cova onde enterrara a sua fraqueza e a sua condição.
E agora, mais matemático ainda, procurava um meio de não se ter punido. Ele não devia ser consolado. Procurava friamente um modo de destruir o falso enterro do cão desconhecido. Abaixou-se então, e, solene, calmo, com movimentos simples - desenterrou o cão. O cão escuro apareceu afinal inteiro, infamiliar com a terra nos cílios, os olhos abertos e cristalizados. E assim o professor de matemática renovara o seu crime para sempre. O homem então olhou para os lados e para o céu pedindo testemunha para o que fizera. E como se não bastasse ainda, começou a descer as escarpas em direção ao seio de sua família."
sexta-feira, 2 de março de 2012
O Pôr-do-Sol de 21/12/12
No calor ou na tormenta
Cumplicidade e confiança
Eu tinha certeza
Depois da tempestade, a bonança
Navegávamos no mesmo barco
Remávamos num ritmo constante
Sempre à frente
Sempre avante
Cada um, com seu motor guardado
Pois gostávamos de remar
Era digno e puro
E nos fazia mais humanos
Numa dessas, o barco vira
A noite cai, e se complica
Meu motor!
O mar, de mim, furta
Me afogo sem salva-vidas
O vejo daí de cima
Digo: Ei! Estenda-me o remo!
Apoio-me pouco
E o barco quase vira
E eu, firme com o remo
Nada mais me sustenta
Não vejo mais sua mão
Não há mais alguém que me erga
E o barco se distancia
Torço para que siga
Pois, com um remo só
O barco gira, gira
Eis que vejo o motor arrancar
E o barco se perde no pôr do Sol
Espero até que a morte
Doce, venha me apanhar
Cada um, com seu motor
Mas eu gostava de remar
Pois era digno e puro
E termina hoje,
Meu ciclo agressivo
Passível de erros
Que as ondas hão de sepultar
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
1/3 de sí
Rapidamente
Torna-se ponto de referência
Suas cicatrizes no rosto mostram
1/3 do que realmente passou
Não era mais
O centro das atenções
Era apenas o resultado
Do destino que traçou
Transbordam lágrimas de seu rosto
O que, efetivamente
Realça a dor dor olhos
De quem vê apenas com os olhos
Mas, no fundo
Está muito mais feliz
Do que muitos que sorriem
Que têm seus rostos perfeitos
E uma reputação a zelar
O efeito da nirvana é alcançado
E nem sequer pisa mais no chão
Apenas flutua sobre os medos
As ameaças, suas alparcas
Já não são mais necessárias
Decidida a fazer
O melhor caminho que escolheu
Não previu
1/3 do que iria acontecer
Apenas decidiu
Não ter mais medo do desejo
E buscou
Algo que a possa compreender
Logo após empunhar sua pá
Decidiu, de uma vez por todas
Enterrar ali o seu passado
Torna-se ponto de referência
Suas cicatrizes no rosto mostram
1/3 do que realmente passou
Não era mais
O centro das atenções
Era apenas o resultado
Do destino que traçou
Transbordam lágrimas de seu rosto
O que, efetivamente
Realça a dor dor olhos
De quem vê apenas com os olhos
Mas, no fundo
Está muito mais feliz
Do que muitos que sorriem
Que têm seus rostos perfeitos
E uma reputação a zelar
O efeito da nirvana é alcançado
E nem sequer pisa mais no chão
Apenas flutua sobre os medos
As ameaças, suas alparcas
Já não são mais necessárias
Decidida a fazer
O melhor caminho que escolheu
Não previu
1/3 do que iria acontecer
Apenas decidiu
Não ter mais medo do desejo
E buscou
Algo que a possa compreender
Logo após empunhar sua pá
Decidiu, de uma vez por todas
Enterrar ali o seu passado
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
R: Conselhos
...uma necessidade de se comunicar que é incrível
Preciso falar, preciso falar!
Todos me ouvem?
Todos me ouvem!
Balançam a cabeça... mostram-se tão interessados...
Que bom saber que existe gente para me entender
(...)
E aí? O que acham? Tô certo ou tô errado?
Eis que o silêncio sepulcral após a confirmação chega
A boca, quase que em slowmotion, declama algo em resposta:
- Hey, vocês viram a novela ontem?
(...)
Não...não era o que eu queria ouvir
E o emissor encontra-se confuso naquele momento
Mas tem certeza que fez a melhor escolha
E, à noite, se pergunta sobre o vazio que reside em seu peito
“Eu tenho tudo, tudo mesmo”...
E, então, foca-se em sua base, sua fortaleza
E torce para que nunca a perca
Pois é tudo aquilo que lhe restou
Na seleção da vida que adotou pra si...
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
GoldBox
“Ninguém é substituível”
As pessoas vêm e vão e deixam suas marcas
Um pedacinho de suas histórias permanece em nós
Quando olhamos um livro, ouvimos uma música, vamos a algum lugar
Suas lembranças são instantaneamente ativadas
Mas você escolhe como reagir a esses estímulos
Ou você retoma suas lembranças lembrando-as com quem as construiu
Ou simplesmente respira fundo e espera passar
Apagar e construir novas lembranças a partir das velhas que se formaram
Isso sim, é possível
Mas não é justo
Mas o mundo não é justo
Então mantemos as lembranças em uma bela caixa dourada
Porém escondida dentro de nossas mentes
Para que, em segredo, possamos abri-la
E suspirar em paz
Pois não importa o fim da história
Mas sim, os momentos únicos que foram vividos
Mas isso
Isso não será compartilhado
Como mais ninguém além de nós mesmos
Pois não adianta reviver o que já foi vivido
Nem forçar algo para que aquilo torne artificial
Em nome da lembrança
Como homenagem, vamos apenas sorrir para o passado
E encarar de frente o presente
Para que possamos comprar uma caixa maior
Para as lembranças intensas que ainda vamos viver...
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Erros...
O mundo dá voltas
E sei que, de alguma forma
Busco motivos para esclarecer
O presente da atual situação
Que daí então, torna-se pertinente
Plausível e compreensiva
Essa forma de como as coisas se tornaram
O que um dia eram e, hoje, são
Entrego meus sentimentos à liberdade
Para seguir um rumo diferente
Como o curso de um rio que flui
Fui obrigado a ceder como sempre quis
Não há culpa minha e de mais ninguém
Apenas um objetivo cumprido
E uma etapa que se concluiu
E que, dela, com erros e acertos
Evoluí
Entendendo os meus sentimentos
Eu cresci
Lamentando pelos que desviaram de seu caminho
Eu insisti
Foi aí que percebi
Que, simplesmente, a vida não é assim
Mais um ano se vai
E aprendo a abrir mão daquilo que consumi
Que cada um aprende com os seus erros
Gênio aquele que aprende com os dos outros
E eu, que ví os dos outros
Cometi meus próprios erros
Não aprendi de primeira com eles
Mas descobri novas formas de errar
E tudo o que peço hoje é tempo
Não para consertar o que quebrei
E acertar onde errei
Mas ser feliz por ter tempo
De continuar a ser quem eu sou
E permanecer feliz
Ao lado de quem me aceita
Assim como sou
E sei que, de alguma forma
Busco motivos para esclarecer
O presente da atual situação
Que daí então, torna-se pertinente
Plausível e compreensiva
Essa forma de como as coisas se tornaram
O que um dia eram e, hoje, são
Entrego meus sentimentos à liberdade
Para seguir um rumo diferente
Como o curso de um rio que flui
Fui obrigado a ceder como sempre quis
Não há culpa minha e de mais ninguém
Apenas um objetivo cumprido
E uma etapa que se concluiu
E que, dela, com erros e acertos
Evoluí
Entendendo os meus sentimentos
Eu cresci
Lamentando pelos que desviaram de seu caminho
Eu insisti
Foi aí que percebi
Que, simplesmente, a vida não é assim
Mais um ano se vai
E aprendo a abrir mão daquilo que consumi
Que cada um aprende com os seus erros
Gênio aquele que aprende com os dos outros
E eu, que ví os dos outros
Cometi meus próprios erros
Não aprendi de primeira com eles
Mas descobri novas formas de errar
E tudo o que peço hoje é tempo
Não para consertar o que quebrei
E acertar onde errei
Mas ser feliz por ter tempo
De continuar a ser quem eu sou
E permanecer feliz
Ao lado de quem me aceita
Assim como sou
sábado, 2 de julho de 2011
Subsolo
Estou forçando as coisas
Algo que não deveria ser
Natural já mais não é
E esse “ar” de superioridade
Me esmaga a cada gesto
Cada palavra me ataca
Faz-me sentir pena de mim
Culpado por respirar
Um insulto, só eu por pensar
Uma agressão por falar
Tão fora do contexto
Apenas uma figuração
Que não passou de uma temporada
Quase a sinopse de um filme “B”
Sem enredo definido
Um personagem some sem, ao menos, nos explicar
O filme/vida que não se importa ou apenas esqueceu
Essa é a minha presença
Que vaga perambulando pelo finito gesto de reconhecimento
Atada a um encosto eterno que denota a sina crescente
Até que tudo se exploda
Até que a morte nos separe
Algo que não deveria ser
Natural já mais não é
E esse “ar” de superioridade
Me esmaga a cada gesto
Cada palavra me ataca
Faz-me sentir pena de mim
Culpado por respirar
Um insulto, só eu por pensar
Uma agressão por falar
Tão fora do contexto
Apenas uma figuração
Que não passou de uma temporada
Quase a sinopse de um filme “B”
Sem enredo definido
Um personagem some sem, ao menos, nos explicar
O filme/vida que não se importa ou apenas esqueceu
Essa é a minha presença
Que vaga perambulando pelo finito gesto de reconhecimento
Atada a um encosto eterno que denota a sina crescente
Até que tudo se exploda
Até que a morte nos separe
domingo, 12 de junho de 2011
Cycles
..." If things don´t change
It´s time to get over
Move on again
With a couple of tears in my eyes
And a lot of pain inside
I learned my lesson very well
Even know I´m not strong enough
I know I won´t die for such a thing
But I wanna enjoy this
Moments of suffering
´Cos I know
It will have an end
Everything has an end
And, for every "end"
A new beggining is written
Bringing lots of laughs and tears
A new cycle has to beguin
And I keep living it
Until my body allows me to
But I can´t just replace someone
Just I do with something
People are unique
So we are too
But somebody touches someone
Like I was indeed
But I didn´t do it
With the one I miss
That´s why I go on
With my heart in my mouth
Wanting to hear my name once again
At the end of the day
With a lack of hope on us
But it´s almost twillight
And I runaway
It´s time to get over
Move on again
With a couple of tears in my eyes
And a lot of pain inside
I learned my lesson very well
Even know I´m not strong enough
I know I won´t die for such a thing
But I wanna enjoy this
Moments of suffering
´Cos I know
It will have an end
Everything has an end
And, for every "end"
A new beggining is written
Bringing lots of laughs and tears
A new cycle has to beguin
And I keep living it
Until my body allows me to
But I can´t just replace someone
Just I do with something
People are unique
So we are too
But somebody touches someone
Like I was indeed
But I didn´t do it
With the one I miss
That´s why I go on
With my heart in my mouth
Wanting to hear my name once again
At the end of the day
With a lack of hope on us
But it´s almost twillight
And I runaway
sábado, 21 de maio de 2011
21 Metros
Condições aceitas sem pestanejar
Fui manipulado para impô-las
E, numa tentativa de forçar algo que iria além da natureza alheia
Criei essa muralha que, de longe, faz-se enxergar
De fato, foi aquele um bom trabalho
E eu caí direitinho na armadilha
Porém, eu, velho como estou
Não tenho mais forças para sair de lá
Muito menos forças para o muro derrubar
Vou ficar sentado aqui
Apenas quieto no meu canto
Antes de esbravejar em vão por ser quem sou
Pois ainda não consigo nem levantar a mão
Lamento pelo silêncio e pelas ações
Já nebulosas em minha mente
Lembranças foram algo
Que nem se sabe quando começaram
Fizeram-me escravo de mim
Onde a manipulação foi executada com maestria
Dou os parabéns ao maestro
Afinal, conseguiu tornar-me mais gélido do que sempre fui...
Fui manipulado para impô-las
E, numa tentativa de forçar algo que iria além da natureza alheia
Criei essa muralha que, de longe, faz-se enxergar
De fato, foi aquele um bom trabalho
E eu caí direitinho na armadilha
Porém, eu, velho como estou
Não tenho mais forças para sair de lá
Muito menos forças para o muro derrubar
Vou ficar sentado aqui
Apenas quieto no meu canto
Antes de esbravejar em vão por ser quem sou
Pois ainda não consigo nem levantar a mão
Lamento pelo silêncio e pelas ações
Já nebulosas em minha mente
Lembranças foram algo
Que nem se sabe quando começaram
Fizeram-me escravo de mim
Onde a manipulação foi executada com maestria
Dou os parabéns ao maestro
Afinal, conseguiu tornar-me mais gélido do que sempre fui...
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Cronos, o Dita-dor...
O Silêncio clama por distância
E, por respeito, obedecemos
A Liberdade tão sonhada (!) é conquistada
Resta apenas o lamento tardio
Dalí, então, resta apenas Lembrança
Alí, não resta mais nada
Acostuma-se com a nova realidade
Onde a fonte fora toda consumida
Pois Cronos nunca descansa de seu trabalho
A ampulheta de fogo se estinguira
E mesmo com aquele conglomerado de angústia
As pessoas desvanecem-se num piscar de olhos
Nem fazem parte daquelas com suas réstias
Que o tempo fez com que parássem de existir
Abraça-te forte
Casa-se com sua alma
A solidão, sua alma gêmea
E o esboço de felicidade que viveu, morreu
Viverá para sempre na sua história
Nosso espírito jaz
Enquanto nosso "eu" biológico
Espera sem pressa por sua hora...
E, por respeito, obedecemos
A Liberdade tão sonhada (!) é conquistada
Resta apenas o lamento tardio
Dalí, então, resta apenas Lembrança
Alí, não resta mais nada
Acostuma-se com a nova realidade
Onde a fonte fora toda consumida
Pois Cronos nunca descansa de seu trabalho
A ampulheta de fogo se estinguira
E mesmo com aquele conglomerado de angústia
As pessoas desvanecem-se num piscar de olhos
Nem fazem parte daquelas com suas réstias
Que o tempo fez com que parássem de existir
Abraça-te forte
Casa-se com sua alma
A solidão, sua alma gêmea
E o esboço de felicidade que viveu, morreu
Viverá para sempre na sua história
Nosso espírito jaz
Enquanto nosso "eu" biológico
Espera sem pressa por sua hora...
terça-feira, 10 de maio de 2011
Só Isso
Intercalados num ritmo envolvente
Onde as juras perdem suas forças
O olhar sofre por antecipação
Meus dedos se perdem
Entrelaçados em seus cabelos
Minhas asas quebradas encontram abrigo
Juram por algo real
Porém, incompreensível
Explico a ela o porquê de tudo isso
Não desisto
Pois não preciso de mais nada
E abandono a incerteza
A falta de confiança
O desejo de destruição se desvanece
Com um pedaço de você
Que carrego comigo
A redundância torna-se necessária
Tanto quanto o ar que respiro
Mesmo que seja egoísmo
Eu divido com você
Conquiste seu espaço e venha me encontrar
Vamos traçar uma rota para o final do mundo
Onde lá prometo, não minto
Eu serei eu e mais ninguém
E você pode fazer de mim o que quiser
Onde lá, chega de jogos!
E trapaças, nunca mais!
Só eu e você
Nessa redoma que criamos
Invencível ao que perece
Que persiste em sucumbir
O silêncio explica tudo
Por mim, é só isso
Onde as juras perdem suas forças
O olhar sofre por antecipação
Meus dedos se perdem
Entrelaçados em seus cabelos
Minhas asas quebradas encontram abrigo
Juram por algo real
Porém, incompreensível
Explico a ela o porquê de tudo isso
Não desisto
Pois não preciso de mais nada
E abandono a incerteza
A falta de confiança
O desejo de destruição se desvanece
Com um pedaço de você
Que carrego comigo
A redundância torna-se necessária
Tanto quanto o ar que respiro
Mesmo que seja egoísmo
Eu divido com você
Conquiste seu espaço e venha me encontrar
Vamos traçar uma rota para o final do mundo
Onde lá prometo, não minto
Eu serei eu e mais ninguém
E você pode fazer de mim o que quiser
Onde lá, chega de jogos!
E trapaças, nunca mais!
Só eu e você
Nessa redoma que criamos
Invencível ao que perece
Que persiste em sucumbir
O silêncio explica tudo
Por mim, é só isso
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Tradução de Eduardo - O Nome Ouvido Pela Primeira Vez
Um pouco de tudo
Mas, ainda sim, é pouco
Quase nada
Ainda sim, é nada
E nenhum e coisa alguma
E assim será
E assim vai ser melhor
E assim é bom aos olhos do senhoR
...Afinal, tinha que ser bom pra alguém no final das contas
Menos pra mim...
Que não é pouco
É muito de um menos
É menos tudo
É um tudo igual a nada
Igual a coisa alguma
É igual, pois nada mudou
Pois nunca foi
Nunca é
Nunca será...
Será?
Já o é!
Tudo bem...
Mas, ainda sim, é pouco
Quase nada
Ainda sim, é nada
E nenhum e coisa alguma
E assim será
E assim vai ser melhor
E assim é bom aos olhos do senhoR
...Afinal, tinha que ser bom pra alguém no final das contas
Menos pra mim...
Que não é pouco
É muito de um menos
É menos tudo
É um tudo igual a nada
Igual a coisa alguma
É igual, pois nada mudou
Pois nunca foi
Nunca é
Nunca será...
Será?
Já o é!
Tudo bem...
domingo, 24 de abril de 2011
Estrelas
..."Foquei meus olhos para pensamentos longínquos quase não lembrados
E o tom de ironia prepondera-se ao extremo na frase acima
Então cochilei e esqueci
Apenas não sonhei, descansei
Respirei o ar que, de mim, era constantemente retirado
Pelo emaranhado de fumaças mescladas
Cigarros, carros, baralhos e verdades
Fitei o céu escuro
Que costumava ser nebuloso
Pelo mar de gases já citados
Agora, límpido e exclarecedor
Ditava rotas, não mais, de fuga
Mas sim, de partida
Foi aí que a "Três Marias" me indicavam o caminho
E o "Leão Menor" manteve-me hipnotizado
Alí notei algo que envolvia seu traçado
Mas foi Antares, o Coração do Escorpião
Que me lembrou do seu legado
E eu, alí, calado, compreendí
Que, de parado, já basta
O meu estado enquanto as fito
Em procura de respostas
Algo que só encontrarei aqui em baixo
Eu, amparado, afio as pinças
Recolho a calda e rumo para outro lugar"...
E o tom de ironia prepondera-se ao extremo na frase acima
Então cochilei e esqueci
Apenas não sonhei, descansei
Respirei o ar que, de mim, era constantemente retirado
Pelo emaranhado de fumaças mescladas
Cigarros, carros, baralhos e verdades
Fitei o céu escuro
Que costumava ser nebuloso
Pelo mar de gases já citados
Agora, límpido e exclarecedor
Ditava rotas, não mais, de fuga
Mas sim, de partida
Foi aí que a "Três Marias" me indicavam o caminho
E o "Leão Menor" manteve-me hipnotizado
Alí notei algo que envolvia seu traçado
Mas foi Antares, o Coração do Escorpião
Que me lembrou do seu legado
E eu, alí, calado, compreendí
Que, de parado, já basta
O meu estado enquanto as fito
Em procura de respostas
Algo que só encontrarei aqui em baixo
Eu, amparado, afio as pinças
Recolho a calda e rumo para outro lugar"...
quarta-feira, 13 de abril de 2011
...Birth...
Hoje, quase nem deu para segurar... não segurei
Errei a data e escrevi no seu dia
Lembrei-me daquele belo bolo confeitado
Com cores vívidas de nossa pátria-mãe
Do qual, nunca sentirei o gosto
Pareria tão feliz...
Gostaria que me ensinasse a sê-lo assim
Qual segredo escondia aquele belo sorriso?
E eu, que nunca consegui pedir desculpas
Por não aceitar o seu jeito sentimental ao extremo
Hoje choro por dentro da casca do homem-ogro que me tornei
Nem sei mais o que é saudades
Apenas solidão...
E é profunda
E é triste
E é sem volta
É simples assim
Tão simples quanto um adeus
Que, por Deus, não tem fim
Enfim... deixa assim
Eu aqui
E você...
Volta pra mim...
Volta que a sua mãe tá te chamando...
Tá morrendo de preocupação...
Está morrendo...de saudades...
E eu também...
Pare de fazê-la sofrer..
Se não volta por mim?
Volte por ela quem te criou...
Que sofre a cada dia
Pela perda de sua filha
Aaaaahhh...
Aninha...
*13/04/1981 + 13/12/2005
Errei a data e escrevi no seu dia
Lembrei-me daquele belo bolo confeitado
Com cores vívidas de nossa pátria-mãe
Do qual, nunca sentirei o gosto
Pareria tão feliz...
Gostaria que me ensinasse a sê-lo assim
Qual segredo escondia aquele belo sorriso?
E eu, que nunca consegui pedir desculpas
Por não aceitar o seu jeito sentimental ao extremo
Hoje choro por dentro da casca do homem-ogro que me tornei
Nem sei mais o que é saudades
Apenas solidão...
E é profunda
E é triste
E é sem volta
É simples assim
Tão simples quanto um adeus
Que, por Deus, não tem fim
Enfim... deixa assim
Eu aqui
E você...
Volta pra mim...
Volta que a sua mãe tá te chamando...
Tá morrendo de preocupação...
Está morrendo...de saudades...
E eu também...
Pare de fazê-la sofrer..
Se não volta por mim?
Volte por ela quem te criou...
Que sofre a cada dia
Pela perda de sua filha
Aaaaahhh...
Aninha...
*13/04/1981 + 13/12/2005
...Birthday for you...
Que dia triste...
..."I climbed the highest mountain
Trying to search for the meaning
The reason why you´re not here
And I keep looking for you
I runaway from this fear
Anyway, Help me, please
Somehow, I think I´m next to you up here
Still felling lonely
Wherever you´ll be
Listen
Please, come downstairs one more time
Talk about the weather
Talk it every time
Talk about everything
Lemme hear your voice
See again your smile
Lemme try
Ispire me todo the same
You know you´re the one I miss
It doesn´t matter where I´ll be
I won´t stop thinking
I can´t stop thinking
I just keep felling
That I´m just half somebody
Without you with me
I pray for the stars
And wondering that
You are watching over me
Where are you?
Are you hiding in the clouds
Stop playing
I need you now
It doesn´t matter
How you´ll gonna show up
Just make sure that
Whatever it will be
I´ll know it´s you"...
..."I climbed the highest mountain
Trying to search for the meaning
The reason why you´re not here
And I keep looking for you
I runaway from this fear
Anyway, Help me, please
Somehow, I think I´m next to you up here
Still felling lonely
Wherever you´ll be
Listen
Please, come downstairs one more time
Talk about the weather
Talk it every time
Talk about everything
Lemme hear your voice
See again your smile
Lemme try
Ispire me todo the same
You know you´re the one I miss
It doesn´t matter where I´ll be
I won´t stop thinking
I can´t stop thinking
I just keep felling
That I´m just half somebody
Without you with me
I pray for the stars
And wondering that
You are watching over me
Where are you?
Are you hiding in the clouds
Stop playing
I need you now
It doesn´t matter
How you´ll gonna show up
Just make sure that
Whatever it will be
I´ll know it´s you"...
domingo, 27 de março de 2011
Sentimento Saciável
Nossa!
Mais uma noite em claro, eu passei.
Os casais se formando, e eu pensei:
Alí não é grau de afinidade
Não é como se um soubesse dos defeitos do outro
Mesmo assim, estão ambos alí
Esse instinto estranho que nos toma conta
Sentimento compulsivo de procriar
Não tem nada a ver com sentimento
Mesmo assim, continuamos nos permitindo
Outras pessoas nos conheçam "melhor"
Do que aquelas que gostaríamos que nos conhecessem
É tão tosco ter sentimentos por alguém que não compartilha dos mesmos por você...
Acho que essa é a limitação do ser humano
Porque, afinal, somos todos egoístas e só queremos aquilo que nos satisfaz
O problema é que, quando nos alimentamos, saciamos algo vital
Se nos exercitamos, ganhamos força para sobreviver melhor
Se temos desejo de sexo, simplesmente vamos à "caça"
Isso é quase que um insulto para o corpo humano
Por pedir algo tão intensamente que, no fim das contas,
Não te proporcionará nenhum benefício existencial.
Apenas o flagelo mental que refleriá no físico de cada um
E de onde surge esse desejo em amar e ser amado?!
Muito pelo contrário
Mesmo quando o sentimento é recíproco
Sempre há o momento em que as brigas surgem
As desconfianças de um para com o outro
A mágoa, a desilusão e o rompimento de algo que era pra ser apenas "saciado".
E, assim então, concluirmos nossa missão.
Mas estamos aqui.
Estudando, trabalhando, consumindo, se perguntando
Será que vamos nos entender
Com alguém que compartilha dos mesmos sentimentos
Que eu e você?
Mais uma noite em claro, eu passei.
Os casais se formando, e eu pensei:
Alí não é grau de afinidade
Não é como se um soubesse dos defeitos do outro
Mesmo assim, estão ambos alí
Esse instinto estranho que nos toma conta
Sentimento compulsivo de procriar
Não tem nada a ver com sentimento
Mesmo assim, continuamos nos permitindo
Outras pessoas nos conheçam "melhor"
Do que aquelas que gostaríamos que nos conhecessem
É tão tosco ter sentimentos por alguém que não compartilha dos mesmos por você...
Acho que essa é a limitação do ser humano
Porque, afinal, somos todos egoístas e só queremos aquilo que nos satisfaz
O problema é que, quando nos alimentamos, saciamos algo vital
Se nos exercitamos, ganhamos força para sobreviver melhor
Se temos desejo de sexo, simplesmente vamos à "caça"
Isso é quase que um insulto para o corpo humano
Por pedir algo tão intensamente que, no fim das contas,
Não te proporcionará nenhum benefício existencial.
Apenas o flagelo mental que refleriá no físico de cada um
E de onde surge esse desejo em amar e ser amado?!
Muito pelo contrário
Mesmo quando o sentimento é recíproco
Sempre há o momento em que as brigas surgem
As desconfianças de um para com o outro
A mágoa, a desilusão e o rompimento de algo que era pra ser apenas "saciado".
E, assim então, concluirmos nossa missão.
Mas estamos aqui.
Estudando, trabalhando, consumindo, se perguntando
Será que vamos nos entender
Com alguém que compartilha dos mesmos sentimentos
Que eu e você?
domingo, 13 de março de 2011
Fade out...
Não prendo-me a estilos
Sou ser facilmente seduzido pela música
Deixo ela me levar
Para um mundo desconhecido
Nunca antes explorado
Ela nunca me decepciona
Sempre se mostra ao meu lado
Dela, sou fiel
Eé uma pena, pois sempre me apaixono
E a compartilho com milhares
E eu, que sou ciumento
Sofro da angústia e da solidão
Quando seus pouco mais de três minutos
Encerram aquele momento de carinho
Eles se acabam
E eu fico sozinho
Aperto o "replay"
Mas o momento se foi
Eis que surge a lembrança
Da fantasia criada pela melodia
Continuo voando
Me apaixonando
|Me iludindo
Me fodendo
E sempre dou o "play" outra vez...
"Bem vindo ao celibato musical!"
Sou ser facilmente seduzido pela música
Deixo ela me levar
Para um mundo desconhecido
Nunca antes explorado
Ela nunca me decepciona
Sempre se mostra ao meu lado
Dela, sou fiel
Eé uma pena, pois sempre me apaixono
E a compartilho com milhares
E eu, que sou ciumento
Sofro da angústia e da solidão
Quando seus pouco mais de três minutos
Encerram aquele momento de carinho
Eles se acabam
E eu fico sozinho
Aperto o "replay"
Mas o momento se foi
Eis que surge a lembrança
Da fantasia criada pela melodia
Continuo voando
Me apaixonando
|Me iludindo
Me fodendo
E sempre dou o "play" outra vez...
"Bem vindo ao celibato musical!"
quarta-feira, 9 de março de 2011
Egofútil
Desistí da curiosidade alheia
Do fitar por fitar
Da falha sensação de empatia
Do desejo de querer ser amado
Fútil, fútil, fútil...E egoísta
Não consigo viver
Sem desprender-me destes adjetivos
O egoísmo
Sacia o minhas vontades de querer tudo
Enquanto o tal fútil
Supre as necessidades do dito cujo
Que este, quando só, nunca deu conta
Juntos
Ensinaram-me a jogar sujo
Argumentando que o tempo é curto
Que a primavera da vida
Uma vez, próxima ao fim
Esgota-se a ampulheta
E é preciso agir rápido
Ou assisto, dessa novela, seu final
Jogo os dados...
...e seja o que Deus (eu) quiser...
Do fitar por fitar
Da falha sensação de empatia
Do desejo de querer ser amado
Fútil, fútil, fútil...E egoísta
Não consigo viver
Sem desprender-me destes adjetivos
O egoísmo
Sacia o minhas vontades de querer tudo
Enquanto o tal fútil
Supre as necessidades do dito cujo
Que este, quando só, nunca deu conta
Juntos
Ensinaram-me a jogar sujo
Argumentando que o tempo é curto
Que a primavera da vida
Uma vez, próxima ao fim
Esgota-se a ampulheta
E é preciso agir rápido
Ou assisto, dessa novela, seu final
Jogo os dados...
...e seja o que Deus (eu) quiser...
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Cantando ao Léu
..."Os sons da minha voz se propagam pelo ar
Opacos, inexpressivos, irrelevantes
Porquê os profiro incessantemente
Se não há mais rastro de sentimento?
Tão vazio e cheio de uma falsa razão
Distraído e atento a uma nova direção
Corro para os lados tenso e aflito
Buscando um meio de compreensão
Mas, como compreender é desnecessário
Prefiro apagar as falsas chances que a lealdade nos dá
Algo que só se perde uma vez
Pra quê se importar se nem diferença isso faz?
Opacos, inexpressivos, irrelevantes
Porquê os profiro incessantemente
Se não há mais rastro de sentimento?
Tão vazio e cheio de uma falsa razão
Distraído e atento a uma nova direção
Corro para os lados tenso e aflito
Buscando um meio de compreensão
Mas, como compreender é desnecessário
Prefiro apagar as falsas chances que a lealdade nos dá
Algo que só se perde uma vez
Pra quê se importar se nem diferença isso faz?
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
"L" de Perdedor
Descobri algo hoje
Algo que causa estranheza sobre minha pessoa
Uma admiração revestida de piedade por um talento único
Realmente sou muito bom
Só ví em filmes alguém tão bom quanto eu
Mas nunca melhor
Descobri que sou um excelente perdedor
Daqueles que cumprimenta o vencedor alegremente
O admira por ter se esforçado
Quase que esquecendo as noites em claro em que passei
A angústia que me perseguiu
Todo o tempo que perdi
E descobri que sou muito bom em perder coisas
Talvez por voar demais
Em vez de viver a vida que ainda tenho
Por que será que sinto não merecer o que tanto quero?
Seria esse um anti-egoísmo meu?
...é, a busca continua...
Será que mereço uma medalha?
Algo que causa estranheza sobre minha pessoa
Uma admiração revestida de piedade por um talento único
Realmente sou muito bom
Só ví em filmes alguém tão bom quanto eu
Mas nunca melhor
Descobri que sou um excelente perdedor
Daqueles que cumprimenta o vencedor alegremente
O admira por ter se esforçado
Quase que esquecendo as noites em claro em que passei
A angústia que me perseguiu
Todo o tempo que perdi
E descobri que sou muito bom em perder coisas
Talvez por voar demais
Em vez de viver a vida que ainda tenho
Por que será que sinto não merecer o que tanto quero?
Seria esse um anti-egoísmo meu?
...é, a busca continua...
Será que mereço uma medalha?
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Talvez...
...Talvez o Silêncio expresse
Muito mais do que tenho a dizer
Às vezes, nem é tanto assim
Talvez alguém possa esclarecer
O suspiro que apenas representa ele mesmo
E os olhos cansados
Que são uma tentativa de gerar empatia
Disfarçam o trabalho mal realizado
Mas o desânimo está ali presente
E o estresse domina o pensamento
Mantenho-me cauteloso perante alucinógenos
Preservo a ideia como lembrete pessoal
Estes são os desafios de um novo degrau
De uma escada que talvez nem queira trilhar
Mas já dei o primeiro passo
Vamos ver onde isso vai dar...
Muito mais do que tenho a dizer
Às vezes, nem é tanto assim
Talvez alguém possa esclarecer
O suspiro que apenas representa ele mesmo
E os olhos cansados
Que são uma tentativa de gerar empatia
Disfarçam o trabalho mal realizado
Mas o desânimo está ali presente
E o estresse domina o pensamento
Mantenho-me cauteloso perante alucinógenos
Preservo a ideia como lembrete pessoal
Estes são os desafios de um novo degrau
De uma escada que talvez nem queira trilhar
Mas já dei o primeiro passo
Vamos ver onde isso vai dar...
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
pensamentos vagos
Ando com pensamentos vagos
Quando me dou conta
Me perdi no limbo
Esqueci o texto
Nem sei mais meu caminho
Não mais me entretenho
Busco por esse objetivo louco
Que desanima e ofusca a razão
Viver torna-se tedioso
Tenso, Frio, Tenebroso
Preciso focar
Tentar esquecer
Seguir em frente
Me querer bem outra vez
Vou me buscar
Onde esqueci
O meu eu por todo sempre
Esquecido no canto onde deixei
Quando me dou conta
Me perdi no limbo
Esqueci o texto
Nem sei mais meu caminho
Não mais me entretenho
Busco por esse objetivo louco
Que desanima e ofusca a razão
Viver torna-se tedioso
Tenso, Frio, Tenebroso
Preciso focar
Tentar esquecer
Seguir em frente
Me querer bem outra vez
Vou me buscar
Onde esqueci
O meu eu por todo sempre
Esquecido no canto onde deixei
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Voz
Escuto uma voz
Quase que como um sussurro
Mas não me apego a detalhes
Pisando em solo conhecido
Para mim, é como um lar
Neste território, tudo domino
Controlo, dito o ritmo
Mostro o caminho
Aqui sou rei
(...)
Aquela voz chata não me deixa
Porque não não dá-se teu próprio fim?
Porque não se afoga em sua própria saliva?
Quem liga para o que queres proferir?
Por acaso sou eu quem dá valor?
Tentativas frustradas de demonstrar amor?
Deixa eu em meu domínio
Guiando meu próprio destino
Capitão do meu futuro
Eu ordeno e sou obedecido
(...)
Não acredito que ainda está aqui
Ser egoísta que, graças a mim
Não tem poder nenhum
sobre nada
Sobre ninguém
nem sobre sí
Nem minha indiferença te mata
Maldito eco imortal
Preciso me afastar de você
pois você não irá a lugar algum
(...)
O silêncio
Será que acabou?
A voz se cansou?
Voltou para casa?
O que será que aconteceu com aquela voz?
Porque me questiono?
Gostava eu daquela voz?
(...)
Agora é tarde
Mas, no fim das contas
Tanto faz que tanto fez
Pois então se foi
O que fazer?
Vou seguir estrelas
Pois meu coração
Impedido de opinar
Viverá de castigo
Por tanto me...
...mostrar que sou humano
Quase que como um sussurro
Mas não me apego a detalhes
Pisando em solo conhecido
Para mim, é como um lar
Neste território, tudo domino
Controlo, dito o ritmo
Mostro o caminho
Aqui sou rei
(...)
Aquela voz chata não me deixa
Porque não não dá-se teu próprio fim?
Porque não se afoga em sua própria saliva?
Quem liga para o que queres proferir?
Por acaso sou eu quem dá valor?
Tentativas frustradas de demonstrar amor?
Deixa eu em meu domínio
Guiando meu próprio destino
Capitão do meu futuro
Eu ordeno e sou obedecido
(...)
Não acredito que ainda está aqui
Ser egoísta que, graças a mim
Não tem poder nenhum
sobre nada
Sobre ninguém
nem sobre sí
Nem minha indiferença te mata
Maldito eco imortal
Preciso me afastar de você
pois você não irá a lugar algum
(...)
O silêncio
Será que acabou?
A voz se cansou?
Voltou para casa?
O que será que aconteceu com aquela voz?
Porque me questiono?
Gostava eu daquela voz?
(...)
Agora é tarde
Mas, no fim das contas
Tanto faz que tanto fez
Pois então se foi
O que fazer?
Vou seguir estrelas
Pois meu coração
Impedido de opinar
Viverá de castigo
Por tanto me...
...mostrar que sou humano
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Brinde
Sempre reclamei
Do emprego que eu não gosto
E mudei
Procurei ares que me façam pertencer
Á esse ciclo afinal
Ser meu melhor amigo
Encontrar meu ideal
Ontem contruí
Uma canção de amor
Com suor, a moldei
Eu segui o meu coração que é solidário
Ao contrário da razão
Que é de porcelana
E se estatelou ao chão
Não importei-me
Dei um fim
Ao passado, fiz um brinde
Comemoro a vitória
Sem honra ou sem história
Reclamei e decidi
Eu faço o meu destino
Mesmo se o mundo diz pra não fazer
Ontem eu orei
Pedi a Deus
Que me transforme em um novo ser
Nem eu mesmo acreditei
Recorri a algo assim tão irreal
Eu to desesperado
Lobotomia me faz mal
Não importei-me
Dei um fim
Ao passado, fiz um brinde
Comemoro a vitória
Sem honra ou sem história
Reclamei e decidi
Eu faço o meu destino
Mesmo se o mundo diz pra não fazer
Do emprego que eu não gosto
E mudei
Procurei ares que me façam pertencer
Á esse ciclo afinal
Ser meu melhor amigo
Encontrar meu ideal
Ontem contruí
Uma canção de amor
Com suor, a moldei
Eu segui o meu coração que é solidário
Ao contrário da razão
Que é de porcelana
E se estatelou ao chão
Não importei-me
Dei um fim
Ao passado, fiz um brinde
Comemoro a vitória
Sem honra ou sem história
Reclamei e decidi
Eu faço o meu destino
Mesmo se o mundo diz pra não fazer
Ontem eu orei
Pedi a Deus
Que me transforme em um novo ser
Nem eu mesmo acreditei
Recorri a algo assim tão irreal
Eu to desesperado
Lobotomia me faz mal
Não importei-me
Dei um fim
Ao passado, fiz um brinde
Comemoro a vitória
Sem honra ou sem história
Reclamei e decidi
Eu faço o meu destino
Mesmo se o mundo diz pra não fazer
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
2010
Apenas 12 horas pra acabar o ano e já inicio um balanço geral de como foi esse ano pra mim.
- Mais um ano de faculdade concluído e rumo ao tão sonhado diploma e a festa de formatura. Ainda tenho chão, mas sigo firme e forte em mais um objetivo.
- Uma promoção inusitada, propostas de estágio e o reconhecimento de um trabalho bem feito. Isso é tudo que um profissional espera do seu futuro.
- Oportunidades para desenvolver um lado artístico que antes era sufocado pela rotina (Vide minha banda:"Trëma Livrë" http://www.funmusic.com.br/banda/?id=630 ) . Hoje, escrevo músicas e desenvolvo textos para este blog que serve de registro pessoal.
- Tomei decisões difíceis, mas fiquei feliz por conseguir dizer o que sinto, não importa o que achem de mim.
- Hoje, passo o final de 2010 com pessoas que me viram crescer e aprenderam a gostar de mim como sou.
- É...2010 pode se resumir como um ano divisor de águas para mim, mas creio que 2011 será mais incrível do que esse ano foi. Afinal, 2010 foi um ano onde o progresso bateu à minha porta.
- Tenho meus pais ao meu lado, apesar de não ser o filho que mais demonstra o amor, sinto por não fazer mais do que posso no momento, mas vou me tornar grande para tentar retribuir o que me deram com tanto amor...
- Meus amigos... Bom, para esses, eu deixo meu silêncio sincero, pois eles sabem que são os irmãos que me ensinam e ajudam a superar os obstáculos da vida.
- Resumo de 2010: "Recomeço".
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
5 anos...
..."E se passaram 5 anos
Mas ainda dói tanto como se fosse agora
Olha eu aqui sozinho
Será que me enxergas de onde está?
Sua vista ainda é boa como antes?
Que vê a minha angústia e o meu pessimismo
Mesmo de outro país
Mesmo de outro universo
Ah
Sou tão infantil e medroso
Tão bobo e avoado
Cadê você?
Que me guiava em cada palavra
De ira e rebeldia
Mulher cheia de vida
Vive em meu coração
E eu, morto que ainda respira
Apenas vivo dia-após-dia
Sem tesão pela alegria
Com preguiça de buscar
A utopia da felicidade
Diferente de você
Que encontrou a felicidade
Nos caminhos que trilhou
Deixou o seu rastro de amor
E tudo o que restou
Na parede, o seu retrato
Amanhã eu vou acordar
e respirar por mais um dia
E dormir pra passar o dia
Aquele dia ainda fica
Doído e triste
Marcado no meu peito
E destruiu nossa família
E acabaram-se os sonhos
Que deram lugar a outros sonhos
Artificiais e sem sentido
Eu não mereço ser vivo
Ao menos, gostaria de escrever
Algo que se compare à uma ode
Aquilo que representa o seu legado
Mas parei no tempo e não quis mais crescer
Ai...
Dói...
E não vale a pena...
Deixa eu sofrer
Pois gosto de sofrer
Pois isso me faz lembrar
Faz-me manter viva
A imagem de você...
Mas ainda dói tanto como se fosse agora
Olha eu aqui sozinho
Será que me enxergas de onde está?
Sua vista ainda é boa como antes?
Que vê a minha angústia e o meu pessimismo
Mesmo de outro país
Mesmo de outro universo
Ah
Sou tão infantil e medroso
Tão bobo e avoado
Cadê você?
Que me guiava em cada palavra
De ira e rebeldia
Mulher cheia de vida
Vive em meu coração
E eu, morto que ainda respira
Apenas vivo dia-após-dia
Sem tesão pela alegria
Com preguiça de buscar
A utopia da felicidade
Diferente de você
Que encontrou a felicidade
Nos caminhos que trilhou
Deixou o seu rastro de amor
E tudo o que restou
Na parede, o seu retrato
Amanhã eu vou acordar
e respirar por mais um dia
E dormir pra passar o dia
Aquele dia ainda fica
Doído e triste
Marcado no meu peito
E destruiu nossa família
E acabaram-se os sonhos
Que deram lugar a outros sonhos
Artificiais e sem sentido
Eu não mereço ser vivo
Ao menos, gostaria de escrever
Algo que se compare à uma ode
Aquilo que representa o seu legado
Mas parei no tempo e não quis mais crescer
Ai...
Dói...
E não vale a pena...
Deixa eu sofrer
Pois gosto de sofrer
Pois isso me faz lembrar
Faz-me manter viva
A imagem de você...
Trëma Livrë - Motivos
Pelas ruas, ando só
Talvez seja pra espairecer
Um mundo de ideias loucas
Trazidas ao soprar do vento
Rejuvenesce algo pleno
Surge algo sereno
Parece que vai além
Externou algo do meu eu
É tão importante e vital
A presença desse sentimento
Mais uma letra pra lembrar
Mais uma dose para esquecer
Pondero os lados
Para não desvanecer
À procura de você
Tento encontrar
Um rumo pra me pôr no eixo
O planeta em seu lugar
Um motivo pra encarar
Você de frente
Me esquivo dos carros
Nem sei bem o porquê
Talvez eles me levem, desloquem-me
Para um universos mais além
Um caminho diferente
Do que aquilo que era pra ser
É tão importante e vital
A presença desse sentimento
Mais uma letra pra lembrar
Mais uma dose para esquecer
Pondero os lados
Para não desvanecer
À procura de você
Tento encontrar
Um rumo pra me pôr no eixo
O planeta em seu lugar
Um motivo pra encarar
Você de frente
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Ía,ía...Eu Ía...Mas e se não fosse? Você ia?
Precisava separar
Suas cores de suas matizes
Os tons de seus semitons
O oxigênio da água
A minha vida da sua vida
O sorriso da alegria
E, quem sabe, um dia
Viver em harmonia
Chamar sua casa de minha
A foto de nossos filhos
Atadas à geladeira da cozinha
Na mesa de jantar juntaria
Reunião de família
Como feliz a vida seria
Se pudesse separar
O real da fantasia
Tornar a coisa mais sadia
Tanto quanto mente e coração
Do trabalho árduo que faço
Me esqueço do imaginário
Demasiado é o cansaço
Que da força necessito
Pois é o laço que habita
Dentro dessa minha mente
Vã, vil e vazia
Feliz talvez eu viveria
Acéfalo inconsciente
Entregue a lobotomia
Viver dia após dia
Um corpo sem pretensões
Uma mente sem gritaria
Um coração sem euforia
Um pseudo-eu
Que graça teria?
domingo, 5 de dezembro de 2010
Vale a pena?
Desenhei o espaço
Tracei nele uma linha
Que me leva direto a você
E me entrego
Conquistei algo em seus olhos
A confiança e cumplicidade
Algo que nos envolve
Nos faz ser algo mais
Me pergunto:
Vale a pena deixar de ser eu
Por um pouco de atenção
Por um minuto, ser você
Por cada dia que me drogo
Pelo amor de Deus, me deixa
Fugir pra longe de você
Porção de males que destroem
Vívida alma que o desejo consome
Da misericórdia que clamo
Rogo pelo fim dessa jornada
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Runaway (2º ato)
Olhos embriagados, porém atentos
Custava a identificar
Aquela cena muito vista
Por apenas em pensamentos
Optava pela dúvida
Entre um sonho e/ou pesadelo
Este pelo momento
Aquele pela realidade
De gestos conhecidos
De mais uma sina
Que imploro pelo ato de encenar
O coelho que cai na armadilha
Que torna-se janta da família
Desejo que grita
Leva a mão à boca aflita
Corre distante o coelho
Longe da chegada
Distante da saída
Ele, insistente, não desiste
Assim como os olhos embriagados
Acompanham os números da Mega"sina"
Custava a identificar
Aquela cena muito vista
Por apenas em pensamentos
Optava pela dúvida
Entre um sonho e/ou pesadelo
Este pelo momento
Aquele pela realidade
De gestos conhecidos
De mais uma sina
Que imploro pelo ato de encenar
O coelho que cai na armadilha
Que torna-se janta da família
Desejo que grita
Leva a mão à boca aflita
Corre distante o coelho
Longe da chegada
Distante da saída
Ele, insistente, não desiste
Assim como os olhos embriagados
Acompanham os números da Mega"sina"
domingo, 14 de novembro de 2010
Levíticos, cap.26, versículo 1984
... “A multa eclesiástica
Hei de um dia pagar
Atos pecaminosos
A religião há de me sentenciar
O tombo foi lúgubre
Precedeu o ósculo tanto desejado
A contração foi concluída
Estava efêmero e amaldiçoado
A conseqüência do ato falho
Sobrecarregou o miocárdio
O diagnóstico final era iminente
Amor agudo e fulminante
Ambos somos anjos caídos
Remôo o desejo da repetição
Atiro-me contra seu corpo ao abismo
Começo um ritual de iniciação
Palpitações sísmicas
Ritmo desconexo
Cometo algo ilícito
Que me leva do céu pro inferno
(...)
As lentes dos óculos riscaram-se
Sobre a tela do monitor
Sua vestimenta verde-água é a prova
De que sou um réu merecedor
Confesso o meu deslize
Assinalo o espaço em branco
Na lista dos sete pecados
A testemunha é meu anjo” ...
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Rugas fúteis trilíngue (by Google translator)
..."Recuperar o ritmo perdido
Ao contrário do compasso
Do dever ainda não cumprido
Vai de encontro ao que faço
Acreditei na doutrina
Mas não condiz com o que seduz
Faz de um tudo por um muito
Para o horário, resta pouco
Quase hora de ir embora
Quase um tempo que ainda resta
Do finito que é a juventude
Da beleza que se expressa
Empurra e puxa,
Estica e bate
Está o veículo sem freio
Gado pronto para o abate
De presente, uma surra
Imagine se sangrasse
Do medo da hemorragia
Tudo novo, nova idade
A adolescência foi-se cedo
Mas a ideia permanece
Não sei por que não amadureço
Permaneço bobo e velho
Rugas tênues surgem
Na testa ao franzir
O diabo logo me chama
Quase na hora de partir
Cansei-me do excesso, do alarde
Do drama da trama juvenil
Me pondo a pensar nessa vida
Infantiloide, maniqueista e sem escrúpulos
Chega de dados
Guardem as cartas
O tabuleiro fechado
Aprendo a arte do descaso
Lemme stop fooling around
Welcome to adult´s world
This is real life
Sad for what is worth
Ich träumer inamer noch
mit einem kuss
With the reality in front of me
Telling me what I want to be
Vivendo dia após dia
Aprendendo tupí-guaraní
Sem que meu velho cérebro dê um nó"...
Ao contrário do compasso
Do dever ainda não cumprido
Vai de encontro ao que faço
Acreditei na doutrina
Mas não condiz com o que seduz
Faz de um tudo por um muito
Para o horário, resta pouco
Quase hora de ir embora
Quase um tempo que ainda resta
Do finito que é a juventude
Da beleza que se expressa
Empurra e puxa,
Estica e bate
Está o veículo sem freio
Gado pronto para o abate
De presente, uma surra
Imagine se sangrasse
Do medo da hemorragia
Tudo novo, nova idade
A adolescência foi-se cedo
Mas a ideia permanece
Não sei por que não amadureço
Permaneço bobo e velho
Rugas tênues surgem
Na testa ao franzir
O diabo logo me chama
Quase na hora de partir
Cansei-me do excesso, do alarde
Do drama da trama juvenil
Me pondo a pensar nessa vida
Infantiloide, maniqueista e sem escrúpulos
Chega de dados
Guardem as cartas
O tabuleiro fechado
Aprendo a arte do descaso
Lemme stop fooling around
Welcome to adult´s world
This is real life
Sad for what is worth
Ich träumer inamer noch
mit einem kuss
With the reality in front of me
Telling me what I want to be
Vivendo dia após dia
Aprendendo tupí-guaraní
Sem que meu velho cérebro dê um nó"...
sábado, 6 de novembro de 2010
Runaway (1º ato)
Ambos em silêncio
Os amantes olham como quem grita
Respirando como alguém que corre
O coelho assustado foge
Foge de medo do caçador
Vive o pesadelo de ser caça
Ele esconde-se pela casa
Onde há um labirinto
Não há luta para sair
Quando sai, procura abrigo
Onde o animal se esconde
Na bala impressa, seu próprio nome
Em seu couro encravada
De onde brota a cor bordo
Vermelho sangue, a cor do amor
Símbolo dos apaixonados
Tão igual ao do coelho
Que ambos compartilham
Selados pela mesma dor
Os amantes olham como quem grita
Respirando como alguém que corre
O coelho assustado foge
Foge de medo do caçador
Vive o pesadelo de ser caça
Ele esconde-se pela casa
Onde há um labirinto
Não há luta para sair
Quando sai, procura abrigo
Onde o animal se esconde
Na bala impressa, seu próprio nome
Em seu couro encravada
De onde brota a cor bordo
Vermelho sangue, a cor do amor
Símbolo dos apaixonados
Tão igual ao do coelho
Que ambos compartilham
Selados pela mesma dor
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Em "Casa" - Uma estória
Ela acreditou
No fundo de seu coração
Que o destino reservava-lhe
Algo de especial
Sem pestanejar
Seguiu seus sentimentos
Como um rio
Que deixa sua manancial
Jovem e, com pouco dinheiro no bolso
Rica de vontade de vencer
Seu codinome era perseverança
E a paixão que carregava em seu peito
Ditava o ritmo de seus passos
Em direção ao sucesso
Errava muito em suas escolhas
Chorava igual criança
Por estar longe de quem mais ama
Mas mantivera em sí
Um objetivo certo
Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho
Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo
Ensinou a muitos como amar
Mas não quis se apegar
No meio da noite
Acordou e percebeu
Que não estava em casa
Não "em casa" literalmente
Percebeu que sua casa
Estava dentro de si
E não algo que a cerca
Entre tijolos e concreto
Fez as malas
Beijou seus pais ainda dormindo
Foi viver "sua casa"
Para o resto da vida
No fundo de seu coração
Que o destino reservava-lhe
Algo de especial
Sem pestanejar
Seguiu seus sentimentos
Como um rio
Que deixa sua manancial
Jovem e, com pouco dinheiro no bolso
Rica de vontade de vencer
Seu codinome era perseverança
E a paixão que carregava em seu peito
Ditava o ritmo de seus passos
Em direção ao sucesso
Errava muito em suas escolhas
Chorava igual criança
Por estar longe de quem mais ama
Mas mantivera em sí
Um objetivo certo
Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho
Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo
Ensinou a muitos como amar
Mas não quis se apegar
Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho
Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo
Várias lembranças vai criar
Por onde ela passar
Conheceu os tipos mais diversos
De demônios que assombravam seu caminho
Enfrentou turbulências
Tempestades de incertezas racionais
Que apavorava seu subconsciente
Suas vitórias foi arremelhando uma a uma
Mas ainda não alcançou
Seu objetivo maior:" Ser feliz"
Ela, um dia, olhou pra trás
Descobriu que havia felicidade
Em todos os lugares
Passou por todas as gentes que conheceu
Todos os sentimentos que experimentou
Voltou feliz para casa
Contou-lhe tudo que ocorreu
Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho
Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo
Ensinou a muitos como amar
Mas não quis se apegar
Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho
Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo
Várias lembranças vai criar
Por onde ela passar
No meio da noite
Acordou e percebeu
Que não estava em casa
Não "em casa" literalmente
Percebeu que sua casa
Estava dentro de si
E não algo que a cerca
Entre tijolos e concreto
Fez as malas
Beijou seus pais ainda dormindo
Foi viver "sua casa"
Para o resto da vida
Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho
Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo
Ensinou a muitos como amar
Mas não quis se apegar
Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho
Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo
Várias lembranças vai criar
Por onde ela passar
domingo, 31 de outubro de 2010
O Mapa
Fui buscar um universo novo
O que já tinha dentro de mim
Eu deixei morrer aquilo
Que nunca soube cuidar
Nunca aprendi a lutar
Pelo o que é, de direito, meu
Apenas deixei o vento me levar
Nestes anos todos
Em cada escolha, uma renúncia há
Mas nunca consegui
Manifestar o que é correto
Talvez por ser prolixo
A ponto de me engasgar
Vou juntar as peças desse quebra-cabeças
Desvendo um mapa sem seguir o GPS
Aventurar-me pelo desconhecido
Fazer de algo novo, um aprendizado
Escrever tudo num caderno
Ocultar meu ego
Tentar apenas por um instante
Vou partir
Para o caleidoscópio da minha mente
Um coma induzido pelo erro
Mas sou ser humano
Eu erro e me arrependo
Se peço desculpas ou não
Nem faz tanta diferença assim
Não me importa se me engano
Continuo inconseqüente
Causo danos irreversíveis
Mas apenas em minha mente
O que já tinha dentro de mim
Eu deixei morrer aquilo
Que nunca soube cuidar
Nunca aprendi a lutar
Pelo o que é, de direito, meu
Apenas deixei o vento me levar
Nestes anos todos
Em cada escolha, uma renúncia há
Mas nunca consegui
Manifestar o que é correto
Talvez por ser prolixo
A ponto de me engasgar
Vou juntar as peças desse quebra-cabeças
Desvendo um mapa sem seguir o GPS
Aventurar-me pelo desconhecido
Fazer de algo novo, um aprendizado
Escrever tudo num caderno
Ocultar meu ego
Tentar apenas por um instante
Vou partir
Para o caleidoscópio da minha mente
Um coma induzido pelo erro
Mas sou ser humano
Eu erro e me arrependo
Se peço desculpas ou não
Nem faz tanta diferença assim
Não me importa se me engano
Continuo inconseqüente
Causo danos irreversíveis
Mas apenas em minha mente
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
"F" de Destino
- Bom, antes de escrever mais um poema, aqui vai um lembrete pessoal:
Ditado popular - "Melhor ouvir isso do que ser surdo".
É exatamente por isso que eu escrevo.
Dou a opção das pessoas não precisarem ouvir minhas reclamações, meus anseios, minhas futilidades e meus amores..
Afinal, pra que conhecer as pessoas 100% se elas vão acabar nos magoando no final das contas?
Fiz uma pergunta
Fiz com que minha astrologia
Não batesse com a sua
Fiz de mim o que não pude
Fizeram de conta que não fui
Fiquei atrelado aos meus princípios
Falta atitude para notar o talento
Fé e vontade que me prendem
Foi assim que começou
Fascínio pelo objetivo
Faz de conta que sou bom
Quebro paradigmas
Fiz de conta que regredi
Faço repetições inacabáveis
Falta-se seguir em frente
Fiz de mim de tudo um pouco
Fui jogando pérolas aos porcos
Fui-me embora de mansinho
Foi foda a falta de carinho
Fui...e
Apenas fui"
Ditado popular - "Melhor ouvir isso do que ser surdo".
É exatamente por isso que eu escrevo.
Dou a opção das pessoas não precisarem ouvir minhas reclamações, meus anseios, minhas futilidades e meus amores..
Afinal, pra que conhecer as pessoas 100% se elas vão acabar nos magoando no final das contas?
Fiz uma pergunta
Fiz com que minha astrologia
Não batesse com a sua
Fiz de mim o que não pude
Fizeram de conta que não fui
Fiquei atrelado aos meus princípios
Falta atitude para notar o talento
Fé e vontade que me prendem
Foi assim que começou
Fascínio pelo objetivo
Faz de conta que sou bom
Quebro paradigmas
Fiz de conta que regredi
Faço repetições inacabáveis
Falta-se seguir em frente
Fiz de mim de tudo um pouco
Fui jogando pérolas aos porcos
Fui-me embora de mansinho
Foi foda a falta de carinho
Fui...e
Apenas fui"
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Esboço de "Saudade"
Ainda sim, ria
De toda aquela idiotice que eu fazia
Ambos sabemos que não sou
Nunca fui engraçado
Aquela atenção toda voltada para mim
Me fazia especial
Lembranças que vão se apagando
Para o meu incerto desespero
Crio arquétipos que me suprem
A necessidade de um novo enredo
Ah, como era bom se sentir especial...
Amar de coração seria um honra
Palpar o sentimento
Volátil e melindre
Sou igual "cabelo na sopa"
E aí, amiga macabéia?!
Vamos jogar cartas hoje?
De toda aquela idiotice que eu fazia
Ambos sabemos que não sou
Nunca fui engraçado
Aquela atenção toda voltada para mim
Me fazia especial
Lembranças que vão se apagando
Para o meu incerto desespero
Crio arquétipos que me suprem
A necessidade de um novo enredo
Ah, como era bom se sentir especial...
Amar de coração seria um honra
Palpar o sentimento
Volátil e melindre
Sou igual "cabelo na sopa"
E aí, amiga macabéia?!
Vamos jogar cartas hoje?
domingo, 17 de outubro de 2010
Rimar "AmOR" com "DOR" e "PaixÃO" com "CoraÇÃO"
Os olhos estão dispersos
A caneta corre pelo papel
Deixando seu rastro de tinta
Aleatório onde nada se explica
Não deixa de ser um fato
Mas a criação está alí
Na unção do azul com o tungstênio
Sobre a folha, seu traço
A leitura é incompreensível
Uma compreensão incomparável
O escolhido da temporada lê
Passeia os olhos, ele vê
O redator não aprende
Floreia sua apresentação com evolução
Diferentes formas de mostrar
Seus versos simplórios
É tão indiferente e irritante
Um momento de esperança estilhaçado
Que sofre ao recochitear a cara do autor
Não há mais sensibilidade ao sangrar
Recicla as letras, mas mantém a métrica
Se faz de vítima indefesa
Entrega os pontos de bandeja
Crucifica seu talento de tão pouco que era
Quem sabe na temporada que vem
Encontre alguém falso com quem tanto almeja
Enquanto isso, apanha mais uma vez
Aprendendo que nem tudo que se escreve
Deve ser lido por um outro alguém
A caneta corre pelo papel
Deixando seu rastro de tinta
Aleatório onde nada se explica
Não deixa de ser um fato
Mas a criação está alí
Na unção do azul com o tungstênio
Sobre a folha, seu traço
A leitura é incompreensível
Uma compreensão incomparável
O escolhido da temporada lê
Passeia os olhos, ele vê
O redator não aprende
Floreia sua apresentação com evolução
Diferentes formas de mostrar
Seus versos simplórios
É tão indiferente e irritante
Um momento de esperança estilhaçado
Que sofre ao recochitear a cara do autor
Não há mais sensibilidade ao sangrar
Recicla as letras, mas mantém a métrica
Se faz de vítima indefesa
Entrega os pontos de bandeja
Crucifica seu talento de tão pouco que era
Quem sabe na temporada que vem
Encontre alguém falso com quem tanto almeja
Enquanto isso, apanha mais uma vez
Aprendendo que nem tudo que se escreve
Deve ser lido por um outro alguém
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Curva Sinuosa a "Indireita"
O carro, guio no automático
Enquanto minha mente viaja
E nada além do que se sente
Sublimático momento, ensaio
A cena censurada de um take oprimido
Falas subentendidas que permanecem trancafiadas
Devendo milhões por não terem sido proferidas
No momento exato ao que foi-lhe proposto
Devem ser, amargurosamente lembradas
Enquanto mantenho esse celibato emocional
Freio o carro, quase bato
Soluço alto e volto a guiar meu alto
Faço curvas sinuosas
Que confundem-se com palavras
Diferente das retas comparadas
Às indiretas das miradas
Mesmo daqui até a padaria
Não deixa de ser uma viagem astral
(...)
Acho que está faltando pão em casa...
Enquanto minha mente viaja
E nada além do que se sente
Sublimático momento, ensaio
A cena censurada de um take oprimido
Falas subentendidas que permanecem trancafiadas
Devendo milhões por não terem sido proferidas
No momento exato ao que foi-lhe proposto
Devem ser, amargurosamente lembradas
Enquanto mantenho esse celibato emocional
Freio o carro, quase bato
Soluço alto e volto a guiar meu alto
Faço curvas sinuosas
Que confundem-se com palavras
Diferente das retas comparadas
Às indiretas das miradas
Mesmo daqui até a padaria
Não deixa de ser uma viagem astral
(...)
Acho que está faltando pão em casa...
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Deixa eu
Distancio-me dos indivíduos
Poupando a dor e o desapontamento
Me aproximo de outros
Faço da felicidade o meu investimento
Depois me arrependo
Volto desde o começo
Buscando a redenção necessária
Para viver em harmonia comigo mesmo
Minha sensibilidade transita
Entre pensamentos opostos que me intrigam
E semelhanças que me fascinam
Quando é o prazo de validade?
Deixa eu continuar errando
Tá bom assim do jeito que está
Acho que melhor não podia ficar
Não dá pra me contentar com tudo o que tenho
Nem reclamar do que há de me faltar
Que, ora é pouco, ora é demasiado
Que hora posso te ligar?
Quando é que posso te ver?
Será que tudo isso é necessário?
Como posso te esquecer?
Deixe-me respirar no meu canto
Alimentar-me quando tenho fome
Mas, se der vontade, ouça o meu canto
Se quiser, tente me entender
Se puder, tente me amar
Sem querer receber nada em troca
Sem saber bem o porquê?
Será que é possível?
Insisto?
Desisto?
Você diz o que é pra ser
Só não sei se vou obedecer
Nem sei mais o que dizer
Mais acho que já está bom assim
Contento-me com a sublimação do meu ser
Acho que melhor não podia ficar
Não dá pra me contentar com tudo o que tenho
Nem reclamar do que há de me faltar
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Em nome do pai, do filho e.. do que mesmo?!
..."Orei errado
Roguei por absurdos infundados
Uma mentira deslavada
Dalí do púlpito
Atirei pedras sem pensar
(...)
Mas não acertei ninguém
Apenas rompi o frágil laço
A fonte que ligava o eu-lírico
Com o eu-lúdico
Alí, então, voei
Descí, corri, me diverti
Enfim...
...Estranhei a sensação de plena liberdade...
Aquilo fugiu da minha rotina
De tal maneira que me incomodou
Sem regras, sem lei
Considerava uma virtude
Por seguir as leis à risca
Mas isso era porque nunca fui
Ser capaz de fazer o contrário
(...)
Volto ao culto
Escolho uma fileira
Alí, ajoelho-me e volto a orar
Não vou implorar
Por algo insano com a lucidez
Por algo demente que me faz pensar
Na lobotomia que é composta por meu ser
Vou ajoelhar aqui
Rezar umas três horas
Cumprimentar quem ama maldizer-me
Pegar o meu carro
Ir-me embora
Semana que vem
Eu tô de volta"...
Roguei por absurdos infundados
Uma mentira deslavada
Dalí do púlpito
Atirei pedras sem pensar
(...)
Mas não acertei ninguém
Apenas rompi o frágil laço
A fonte que ligava o eu-lírico
Com o eu-lúdico
Alí, então, voei
Descí, corri, me diverti
Enfim...
...Estranhei a sensação de plena liberdade...
Aquilo fugiu da minha rotina
De tal maneira que me incomodou
Sem regras, sem lei
Considerava uma virtude
Por seguir as leis à risca
Mas isso era porque nunca fui
Ser capaz de fazer o contrário
(...)
Volto ao culto
Escolho uma fileira
Alí, ajoelho-me e volto a orar
Não vou implorar
Por algo insano com a lucidez
Por algo demente que me faz pensar
Na lobotomia que é composta por meu ser
Vou ajoelhar aqui
Rezar umas três horas
Cumprimentar quem ama maldizer-me
Pegar o meu carro
Ir-me embora
Semana que vem
Eu tô de volta"...
domingo, 26 de setembro de 2010
Anwers
...Esboço de letra de música em inglês, se pá (!)
I was in the middle of my research
To try to discover how it works
Stupid orgain that doesn´t stop to bump
It just likes to see me worse
Something tells me that´s my end
I guess I´m calling out for help
My heart has to behave
Or it will never be the same
Dismisstified my secrets
Gave me anwers that made me cry
And it might find a reason
As the same way it tricks my mind
Denying this situation
And when it blows up
A single piece of me
You wont find
Like you realy care about it
But my thoughs fly high
It´s hard to fight
Against my heart
Maybe I could just realise
That life is much more that
Going on believing in something
That keeps me blind
I need to love me for me
I was in the middle of my research
To try to discover how it works
Stupid orgain that doesn´t stop to bump
It just likes to see me worse
Something tells me that´s my end
I guess I´m calling out for help
My heart has to behave
Or it will never be the same
Dismisstified my secrets
Gave me anwers that made me cry
And it might find a reason
As the same way it tricks my mind
Denying this situation
And when it blows up
A single piece of me
You wont find
Like you realy care about it
But my thoughs fly high
It´s hard to fight
Against my heart
Maybe I could just realise
That life is much more that
Going on believing in something
That keeps me blind
I need to love me for me
Dismisstified my secrets
Gave me anwers that made me cry
And it might find a reason
As the same way it tricks my mind
Denying this situation
And when it blows up
A single piece of me
You wont find
sábado, 25 de setembro de 2010
23:57
Não importa o quanto eu corra
Nunca vou te alcançar
Aprendi a venerar as sobras
De algo que nunca existiu
Contento-me com migalhas
Que encontro ajoelhado ao chão
Disperso meus pensamentos
Minutos antes de dormir
E o resultado que encontro
Fica atado em minha cama
Estirado no sofá
Esperando a próxima noite
Para deleitar-me com o imaginário
Sacio meus desejos
Com uma projeção no vazio que crio
Quero livrar-me desse fardo
Do abstrato dos seus beijos
(...)
...Mas deixa eu sonhar mais uma vez
Você, sinestesia, me abraça
Para que, em paz, eu possa dormir
E, quando eu acordar
Desvanece a sombra da utopia
Vou deixar o amor em minha mente
E ficará sempre comigo
Pois é assim que tem que ser
Eu andando sob o vago infinito
Nunca vou te alcançar
Aprendi a venerar as sobras
De algo que nunca existiu
Contento-me com migalhas
Que encontro ajoelhado ao chão
Disperso meus pensamentos
Minutos antes de dormir
E o resultado que encontro
Fica atado em minha cama
Estirado no sofá
Esperando a próxima noite
Para deleitar-me com o imaginário
Sacio meus desejos
Com uma projeção no vazio que crio
Quero livrar-me desse fardo
Do abstrato dos seus beijos
(...)
...Mas deixa eu sonhar mais uma vez
Você, sinestesia, me abraça
Para que, em paz, eu possa dormir
E, quando eu acordar
Desvanece a sombra da utopia
Vou deixar o amor em minha mente
E ficará sempre comigo
Pois é assim que tem que ser
Eu andando sob o vago infinito
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Fim do Show
...E, com isso, chegamos ao fim do show
Muitos que aplaudem
Não sabem bem o porquê
É difícil dizer
Não esqueçam de seus casacos
Carteiras e, tampouco, suas blusas
Nem mesmo a vergonha
Esta que nem sempre usa
Dirijam com cautela
Muito cuidado ao atravessar a rua
Já é noite e prestem atenção
Àqueles que passam em sua direção
E pode ser ao contrário
Ao que lhes convém
O show continua
Com ou sem vocês
Muitos que aplaudem
Não sabem bem o porquê
É difícil dizer
Não esqueçam de seus casacos
Carteiras e, tampouco, suas blusas
Nem mesmo a vergonha
Esta que nem sempre usa
Dirijam com cautela
Muito cuidado ao atravessar a rua
Já é noite e prestem atenção
Àqueles que passam em sua direção
E pode ser ao contrário
Ao que lhes convém
O show continua
Com ou sem vocês
Desta vez, será contrário
Ao que lhes convém também
O show continua
Com ou sem vocês
Esta foi deixada
Do lado de fora da casa
E as que estão
Do lado de dentro do ser
Hão de serem exibidas
Em outro lugar, menos este
Que é de respeito
Ou, pelo menos, deveria ser
Preste atenção às suas escolhas
Veja qual porta entra e qual sai
Uma vez quando ultrapassada, é fechada
E não se pode mais voltar
Souberam de cor seus acentos
Antes mesmo me chegar?
Ou caçavam incessantes
Uma poltrona aleatória pra sentar?
No final das contas
Não importa onde sentaram
Todos assistirão o mesmo espetáculo
Mas por ângulos bem diferentes
Foram bons?
Foram ruins?
Decidam-se entre si
Se hoje, são felizes
Escolheram sim estarem alí
E pode ser ao contrário
E pode ser ao contrário
Ao que lhes convém
O show continua
Com ou sem vocês
Desta vez, será contrário
Ao que lhes convém também
O show continua
Com ou sem vocês
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Breve Folga
Algumas coisas nunca mudam, mas espero dar mais passos adiante como tenho feito desde o dia 1º de Janeiro desse ano...
Acordo eu
De mãos atadas em pessoas e personas
Ora felizes por estarem ali
Outrora angustiadas por fazerem parte do mesmo jogo
Se puxo os braços
Ambas vêm em minha direção
Se os afasto
Elas caem e me levam também ao chão
Ah, mas eu tive sim uma opção
Eu sabia donde estava me metendo
Se hoje, mimetizo gestos de aceitação
É para saciar o bom grado do ventríloquo em questão
O sinal disparou
É hora do almoço!
Descanso os pulsos com uma leve massagem
Revelo minhas angústias aos presentes à mesa e...
Triiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmm...
(!)
De volta ao trabalho
Será que, dessa vez
Os nós dos meus pulsos podem ser um pouco mais frouxos?
Prometo não cometer gafes e venerar meu ofício de cor!
Opa!
Falei em hora errada
Olhei para o lado
Fui condenado
Viva!
Não vejo a hora de cumprir o aviso prévio...
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