Os olhos estão dispersos
A caneta corre pelo papel
Deixando seu rastro de tinta
Aleatório onde nada se explica
Não deixa de ser um fato
Mas a criação está alí
Na unção do azul com o tungstênio
Sobre a folha, seu traço
A leitura é incompreensível
Uma compreensão incomparável
O escolhido da temporada lê
Passeia os olhos, ele vê
O redator não aprende
Floreia sua apresentação com evolução
Diferentes formas de mostrar
Seus versos simplórios
É tão indiferente e irritante
Um momento de esperança estilhaçado
Que sofre ao recochitear a cara do autor
Não há mais sensibilidade ao sangrar
Recicla as letras, mas mantém a métrica
Se faz de vítima indefesa
Entrega os pontos de bandeja
Crucifica seu talento de tão pouco que era
Quem sabe na temporada que vem
Encontre alguém falso com quem tanto almeja
Enquanto isso, apanha mais uma vez
Aprendendo que nem tudo que se escreve
Deve ser lido por um outro alguém
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