sexta-feira, 2 de março de 2012

O Pôr-do-Sol de 21/12/12

No calor ou na tormenta
Cumplicidade e confiança
Eu tinha certeza
Depois da tempestade, a bonança

Navegávamos no mesmo barco
Remávamos num ritmo constante
Sempre à frente
Sempre avante

Cada um, com seu motor guardado
Pois gostávamos de remar
Era digno e puro
E nos fazia mais humanos

Numa dessas, o barco vira
A noite cai, e se complica
Meu motor!
O mar, de mim, furta
Me afogo sem salva-vidas

O vejo  daí de cima
Digo: Ei! Estenda-me o remo!
Apoio-me pouco
E o barco quase vira

E eu, firme com o remo
Nada mais me sustenta
Não vejo mais sua mão
Não há mais alguém que me erga

E o barco se distancia
Torço para que siga
Pois, com um remo só
O barco gira, gira

Eis que vejo o motor arrancar
E o barco se perde no pôr do Sol
Espero até que a morte
Doce, venha me apanhar

Cada um, com seu motor
Mas eu gostava de remar
Pois era digno e puro
Como quis acreditar

E termina hoje,
Meu ciclo agressivo
Passível de erros
Que as ondas hão de sepultar

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