Precisava separar
Suas cores de suas matizes
Os tons de seus semitons
O oxigênio da água
A minha vida da sua vida
O sorriso da alegria
E, quem sabe, um dia
Viver em harmonia
Chamar sua casa de minha
A foto de nossos filhos
Atadas à geladeira da cozinha
Na mesa de jantar juntaria
Reunião de família
Como feliz a vida seria
Se pudesse separar
O real da fantasia
Tornar a coisa mais sadia
Tanto quanto mente e coração
Do trabalho árduo que faço
Me esqueço do imaginário
Demasiado é o cansaço
Que da força necessito
Pois é o laço que habita
Dentro dessa minha mente
Vã, vil e vazia
Feliz talvez eu viveria
Acéfalo inconsciente
Entregue a lobotomia
Viver dia após dia
Um corpo sem pretensões
Uma mente sem gritaria
Um coração sem euforia
Um pseudo-eu
Que graça teria?
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