sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Entreolhares

..."Uma música clichê de amor... um desejo de apenas uma noite, ou de toda uma vida...pense o que quiser... só sei que tudo terminou no ponto final dessa poesia"...

..."Entreolhares acostumados
Flertam, flertam
O fato nunca é consumado

Linha tênue entre a paixão e o ódio
Descobrimos quando
Se está no ócio

Gestos bem conhecidos
Nunca mal interpretados
Olhares que nos despem um ao outro
Nos deixando vulneráveis

O ar pesa nessas horas
Não dá pra se aproximar
Rarefeito, quase sólido
Não consigo respirar

É importante a presença
Da ausência de se amar
Hoje é pra fazer bem feito
Pra nunca mais se entregar

(...)

O silencio há de imperar
E a lembrança, de surgir
Corpo cansado da noite passada
O desejo partiu

Não! Ele não foi embora
Daqui, na verdade, nunca saiu
Estava sonhando acordado
E você fitando-me à mais de uma hora"...

domingo, 15 de agosto de 2010

Fotofellings

Em uma aula qualquer, sempre há um momento em que a gente, por mais concentrado que esteja, sempre dá uma "viajada" na aula.
Eis aqui um exemplo de viagem: rs


Atrás do meio para emitir a mensagem
O emissor encontra-se regozijado
Algo celeste como uma aura
O envolvia em seu colo
Enquanto o som se propagava


Sua vista rendeu uma bela imagem
Que guarda em mente e tecnologia


(...)


O que é tecnológico emociona verdadeiramente?






"Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio."
Clarice Lispector

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Apedrejamento no Islã e minha reflexão "Branco"

SAKINEH

Mãe de dois filhos, Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada em maio de 2006 a receber 99 chibatadas por ter um "relacionamento ilícito" com um homem acusado de assassinar o marido dela. Sua defesa diz que Sakineh era agredida pelo marido e não vivia como uma mulher casada havia dois anos, quando houve o homicídio.

Mesmo assim, Sakineh foi, paralelamente à primeira ação, julgada e condenada por adultério. Ela chegou a recorrer da sentença, mas um conselho de juízes a ratificou, ainda que em votação apertada --3 votos a 2.

Diplomatas iranianos afirmam que foi encerrado o processo de adultério e que a mulher é acusada "apenas" pelo assassinato do marido.

Os juízes favoráveis à condenação de Sakineh à morte por apedrejamento votaram com base em uma polêmica figura do sistema jurídico do Irã chamada de "conhecimento do juiz", que dispensa a avaliação de provas e testemunhas.

Assassinato, estupro, adultério, assalto à mão armada, apostasia e tráfico de drogas são crimes passíveis de pena de morte pela lei sharia do Irã, em vigor desde a revolução islâmica de 1979.

Um abaixo-assinado online lançado há dois meses devolveu o caso ao centro das atenções. Em julho passado, pressionada, a Embaixada do Irã em Londres afirmou que Sakineh não seria morta por apedrejamento --sem, no entanto, descartar que ela fosse morta, porém por outro método, provavelmente o enforcamento.

O embaixador Shaterzadeh não confirmou os relatos de que a pena de morte por apedrejamento tenha sido substituída por enforcamento. Segundo ele, o processo está em curso e ainda não foi encerrado, por essa razão há possibilidade de alterações.

Fonte: UOL.

E essa é a "famosa" punição!
Esse vídeo contém cenas reais!
http://www.youtube.com/watch?v=srDnK_V7J78

..e, refletindo sobre o tema, escrevi essa poesia:

Branco

..."O branco cobre a face nua
Sua simbologia é serena e frágil
Conivente e amedrontada
Alí está a presa diante ao caçador

A multidão está toda na rua
Não precisa de uma destreza hábil
E dá-se início a enxurrada
A forma sólida da culpa torna-se em dor

O branco substitui-se pelo vermelho
E eis que uma fresta para o exterior é aberta
Por ela, observa-se o ódio, a vingança e a projeção
Travestidos de justiça, fé e esperança

Ao final, nota-se um grande espelho
Onde a crença é revestida de sangue
Jorra ao mundo a incerteza do fato
Afinal, deve-se acreditar na mudança?"...

sábado, 7 de agosto de 2010

Envy....

... “Seu desejo transpira pelos poros
Na secura para assistir
O meu fracasso como ser
Você não mede esforços

Brandas são as atitudes
A intenção, quase convicta
Se mostra mais terrível
Do que o crime na favela

O recalque estampa o seu rosto
O cinísmo é impecável
Seu olhar é profano
Sua sede é de sangue

Vamos ver quem mais perdura
Dois tapas no chão
Indicam o fim da guerra
Chegamos à uma conclusão

E o fato de você não se encontrar
À minha altura para degladiar
Te frustra e faz a cada dia
Ter minha pessoa para se odiar” ...

Tá bom, vai...

Nem sei direito o porquê do nome do blog. Acho que se trata das incertezas da vida que nos faz manter sãos ou arriscar caminhos antes não explorados por nós mesmos.
Tá, eu não sei explicar.
Só sei que postarei aqui alguns devaneios de minha pessoa que surgem nos momentos mais inoportunos do meu cotidiano.

Apesar de não ser fumante, escrevi versos essa semana que lembraram momentos de reflexão que tive nos últimos meses após algumas mudanças drásticas em minha vida...

Bom! Chega de filosofar e vamos ao poeminha...rsrs

..."A pequena brasa era refletida
Pelos olhos desatentos intimidados
A branda fumaça se perdia
Em meio à neblina da rua
A cidade já não era mais a mesma

A nicotina era agradável
Passava dentre meus pulmões
Massageando-os carinhosamente
Aquecendo o meu corpo gélido
Naquela noite de terça-feira

Sentia-me reflexivo
Fitava a paisagem
Mas admirava meu amor
Pelos cantos dos meus olhos

Eu perguntava-me por que agia assim
Por que meu desejo olha por mim
Por que estávamos alí

Era um pretexto?
Minha maldade?
Sua inocência?
Ou a nossa cumplicidade
De um para com o outro?

A brasa extinguiu
E, junto com ela, essa estranha sensação
De destruição humana que agora emana
O vazio do que sobra
Além da névoa que me abraça"...