quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Runaway (2º ato)

Olhos embriagados, porém atentos
Custava a identificar
Aquela cena muito vista
Por apenas em pensamentos

Optava pela dúvida
Entre um sonho e/ou pesadelo
Este pelo momento
Aquele pela realidade

De gestos conhecidos
De mais uma sina
Que imploro pelo ato de encenar
O coelho que cai na armadilha

Que torna-se janta da família
Desejo que grita
Leva a mão à boca aflita
Corre distante o coelho

Longe da chegada
Distante da saída
Ele, insistente, não desiste
Assim como os olhos embriagados
Acompanham os números da Mega"sina"

domingo, 14 de novembro de 2010

Levíticos, cap.26, versículo 1984

... “A multa eclesiástica
Hei de um dia pagar
Atos pecaminosos
A religião há de me sentenciar

O tombo foi lúgubre
Precedeu o ósculo tanto desejado
A contração foi concluída
Estava efêmero e amaldiçoado

A conseqüência do ato falho
Sobrecarregou o miocárdio
O diagnóstico final era iminente
Amor agudo e fulminante

Ambos somos anjos caídos
Remôo o desejo da repetição
Atiro-me contra seu corpo ao abismo
Começo um ritual de iniciação

Palpitações sísmicas
Ritmo desconexo
Cometo algo ilícito
Que me leva do céu pro inferno

(...)

As lentes dos óculos riscaram-se
Sobre a tela do monitor
Sua vestimenta verde-água é a prova
De que sou um réu merecedor

Confesso o meu deslize
Assinalo o espaço em branco
Na lista dos sete pecados
A testemunha é meu anjo” ...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Rugas fúteis trilíngue (by Google translator)

..."Recuperar o ritmo perdido
Ao contrário do compasso
Do dever ainda não cumprido
Vai de encontro ao que faço

Acreditei na doutrina
Mas não condiz com o que seduz
Faz de um tudo por um muito
Para o horário, resta pouco

Quase hora de ir embora
Quase um tempo que ainda resta
Do finito que é a juventude
Da beleza que se expressa

Empurra e puxa,
Estica e bate
Está o veículo sem freio
Gado pronto para o abate
De presente, uma surra
Imagine se sangrasse
Do medo da hemorragia
Tudo novo, nova idade

A adolescência foi-se cedo
Mas a ideia permanece
Não sei por que não amadureço
Permaneço bobo e velho

Rugas tênues surgem
Na testa ao franzir
O diabo logo me chama
Quase na hora de partir

Cansei-me do excesso, do alarde
Do drama da trama juvenil
Me pondo a pensar nessa vida
Infantiloide, maniqueista e sem escrúpulos

Chega de dados
Guardem as cartas
O tabuleiro fechado
Aprendo a arte do descaso

Lemme stop fooling around
Welcome to adult´s world
This is real life
Sad for what is worth

Ich träumer inamer noch
mit einem kuss
With the reality in front of me
Telling me what I want to be
Vivendo dia após dia
Aprendendo tupí-guaraní
Sem que meu velho cérebro dê um nó"...

sábado, 6 de novembro de 2010

Runaway (1º ato)

Ambos em silêncio
Os amantes olham como quem grita
Respirando como alguém que corre
O coelho assustado foge

Foge de medo do caçador
Vive o pesadelo de ser caça
Ele esconde-se pela casa
Onde há um labirinto

Não há luta para sair
Quando sai, procura abrigo
Onde o animal se esconde
Na bala impressa, seu próprio nome

Em seu couro encravada
De onde brota a cor bordo
Vermelho sangue, a cor do amor
Símbolo dos apaixonados
Tão igual ao do coelho
Que ambos compartilham
Selados pela mesma dor

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Em "Casa" - Uma estória

Ela acreditou
No fundo de seu coração
Que o destino reservava-lhe
Algo de especial

Sem pestanejar
Seguiu seus sentimentos
Como um rio
Que deixa sua manancial

Jovem e, com pouco dinheiro no bolso
Rica de vontade de vencer
Seu codinome era perseverança
E a paixão que carregava em seu peito
Ditava o ritmo de seus passos
Em direção ao sucesso

Errava muito em suas escolhas
Chorava igual criança
Por estar longe de quem mais ama
Mas mantivera em sí
Um objetivo certo

Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho

Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo

Ensinou a muitos como amar
Mas não quis se apegar


Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho

Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo

Várias lembranças vai criar
Por onde ela passar

Conheceu os tipos mais diversos
De demônios que assombravam seu caminho
Enfrentou turbulências
Tempestades de incertezas racionais
Que apavorava seu subconsciente

Suas vitórias foi arremelhando uma a uma
Mas ainda não alcançou 
Seu objetivo maior:" Ser feliz"
Ela, um dia, olhou pra trás

Descobriu que havia felicidade 
Em todos os lugares
Passou por todas as gentes que conheceu
Todos os sentimentos que experimentou

Voltou feliz para casa
Contou-lhe tudo que ocorreu

Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho

Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo

Ensinou a muitos como amar
Mas não quis se apegar

Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho

Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo

Várias lembranças vai criar
Por onde ela passar




No meio da noite
Acordou e percebeu
Que não estava em casa

Não "em casa" literalmente
Percebeu que sua casa
Estava dentro de si
E não algo que a cerca
Entre tijolos e concreto

Fez as malas
Beijou seus pais ainda dormindo
Foi viver "sua casa"
Para o resto da vida

Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho

Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo

Ensinou a muitos como amar
Mas não quis se apegar

Ainda moça
Dona de sua própria vida
Deixou seu mundinho

Desbravadora
Louca, grita
Maltrapilha é o seu estilo

Várias lembranças vai criar
Por onde ela passar