Estou forçando as coisas
Algo que não deveria ser
Natural já mais não é
E esse “ar” de superioridade
Me esmaga a cada gesto
Cada palavra me ataca
Faz-me sentir pena de mim
Culpado por respirar
Um insulto, só eu por pensar
Uma agressão por falar
Tão fora do contexto
Apenas uma figuração
Que não passou de uma temporada
Quase a sinopse de um filme “B”
Sem enredo definido
Um personagem some sem, ao menos, nos explicar
O filme/vida que não se importa ou apenas esqueceu
Essa é a minha presença
Que vaga perambulando pelo finito gesto de reconhecimento
Atada a um encosto eterno que denota a sina crescente
Até que tudo se exploda
Até que a morte nos separe